São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998 |
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Problema de surdez no país afeta 63%
ALESSANDRA BLANCO
Foram examinadas 60.263 pessoas em 25 Estados brasileiros. 63,37% delas apresentavam alguma perda auditiva. A pesquisa, a maior já feita no Brasil, avaliou 55.357 pessoas que reclamaram de algum problema auditivo e 4.906 pessoas que disseram não ter qualquer problema de audição. Para isso, elas responderam a um questionário com perguntas como "Você tem dificuldade de entender quando conversam com você? ou "As pessoas reclamam de que você aumenta o volume do rádio ou da TV?". O presidente da Sociedade Brasileira de Otologia e professor da Faculdade de Medicina da USP, Ricardo Ferreira Bento, coordenador da pesquisa, diz que o número de pessoas que responderam não a todas essas perguntas e depois vieram a ter problemas -40,99%- é o principal dado da pesquisa. Foi considerado normal o exame audiométrico em que em todas as frequências testadas a intensidade foi de 25 decibéis ou menos. Quando foi encontrado 30 decibéis ou mais em uma das frequências, o exame foi considerado como alterado. O exame audiométrico tonal limiar vai medindo com diferentes sons e frequências o menor decibel que a pessoa consegue ouvir. Outra surpresa nos exames foi a porcentagem de jovens que apresentaram alterações auditivas: 52,73%, entre pessoas de 21 a 40 anos, e 74,06%, entre 41 e 60 anos. Entre 61 e 70 anos e acima de 71 anos, a incidência de alterações foi de 82,75%, considerada normal. "Essa mostra é extremamente significativa, porque engloba o país inteiro e teve alguns resultados inesperados. Agora, começamos a analisar por que pessoas que disseram não ter problemas auditivos apresentaram alterações e por que muitos jovens estão sendo afetados", disse Bento. Segundo ele, a princípio, as explicações podem ficar por conta de excesso de exposição a ruídos (poluição sonora, ruído no trabalho e aparelhos de som muito altos) e automedicação. A pesquisa também dividiu os índices de deficiência auditiva por Estados. São Paulo apresentou o maior índice, com 29,56% dos casos, seguido de Minas Gerais, 12,58%, e Paraná, com 8,32%. Os Estados com os menores índices foram Tocantins, com 0,26%, e Amapá, com 0,37%. "Não podemos dizer que esses Estados têm mais pessoas com problemas porque os exames podem ter sido feitos com mais pessoas que já tinham algum problema." Texto Anterior: Última semana do ano também vai ser mais curta Próximo Texto: Surdez Índice |
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