São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998
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Demitido culpa o ministério

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Exonerado ontem da coordenação regional da FNS (Fundação Nacional de Saúde) no Rio, Ronaldo Bento disse que, se o Ministério da Saúde tivesse enviado a tempo inseticidas e dinheiro para consertar os carros, dificilmente a dengue teria virado epidemia no Rio.
Ele desafiou o ministro José Serra a provar não só as supostas irregularidades levantadas por ele como a apontar os responsáveis pelo avanço da dengue no Rio e no resto do país.
"Eu quero que ele abra uma sindicância para apurar o que for necessário, mas que apure também como a dengue chegou a este ponto", disse Bento. Segundo ele, desde 86 há 400 mil casos de dengue notificados no Rio, com cerca de 4 milhões de pessoas já infectadas pelo vírus.
Os estudos epidemiológicos de dengue indicam que, para cada caso notificado, há nove sem registro. "Se o vírus 3 da dengue chegar ao país, poderemos ter uma epidemia de dengue hemorrágica no Rio, porque há muita gente fragilizada para a doença", disse.
Bento disse que os custos de conserto dos carros são altos porque a frota não é renovada desde 1991, o que eleva os custos de oficina. Disse também que não recebeu em 98 verbas emergenciais para o conserto dos veículos. "No ano passado, recebi R$ 300 mil, quando o prometido eram R$ 500 mil."
Bento atribuiu sua exoneração a dois motivos: os alertas que fez à direção da FNS em Brasília sobre a possibilidade de uma epidemia de dengue no Rio e as declarações públicas sobre falta de inseticidas e más condições da frota.
(FE)

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