São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998 |
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Sudameris é o maior banco estrangeiro RICARDO GRINBAUM RICARDO GRINBAUM; JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
O Sudameris tornou-se o maior banco estrangeiro no país ao acertar a compra do América do Sul. Os ativos do Sudameris fortalecido com a aquisição do América do Sul somam US$ 11,976 bilhões, US$ 250 milhões a mais do que o HSBC Bamerindus, o segundo no ranking dos estrangeiros. O Sudameris também subiu quatro degraus na lista dos maiores bancos privados nacionais e estrangeiros em operação no Brasil. Agora, o banco italiano é o sétimo do país, à frente do Excel-Econômico e do Bozano, Simonsen. A compra foi acertada numa reunião ontem à tarde entre os diretores dos dois bancos, na sede do Sudameris, em São Paulo. Pelo acordo, o banco italiano ficará com 51% das ações com direito a voto do América do Sul. O valor do negócio não foi divulgado pelos dois bancos, mas a estimativa no mercado financeiro é de que o Sudameris tenha desembolsado entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões. O acordo prevê também que funcionários do banco italiano vão analisar as contas do América do Sul por dois meses. Ao final do período, o preço pode ser alterado e o negócio pode ser cancelado. Controlado pelo fundo de pensão dos funcionários, com 28% das ações com direito a voto, e pelo banco japonês Fuji, com 18% dos papéis, o América do Sul enfrenta dificuldades financeiras. Em outubro, fiscais do Banco Central vasculharam as contas do América do Sul e descobriram um alto índice de créditos podres. O América do Sul admite que pelo menos 12% da sua carteira de empréstimos, que soma US$ 2,6 bilhões, estava em atraso. O banco ainda não publicou balanço com dados sobre o fechamento das atividades em dezembro de 1997. "O balanço vai mostrar que tivemos prejuízo no ano passado", diz o presidente do América do Sul, Kohei Denda. O Sudameris vai checar se os créditos em atraso se limitam ao valor admitido pelo América do Sul. No valor negociado para compra do banco já se leva em conta a possibilidade de um rombo maior, de até US$ 300 milhões. O principal problema do América do Sul é o calote aplicado por clientes, principalmente empresas de porte médio. Outro nó que o Sudameris terá de desatar são os compromissos assumidos com o fundo de pensão dos funcionários, que participa do controle acionário do América do Sul. Estima-se que o fundo de pensão terá dinheiro suficiente para desembolsar entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões para pagar aposentadorias dos funcionários. Mesmo com tantos problemas, a aquisição foi interpretada como um bom negócio para o Sudameris. Suas ações subiram 8,6% em função do anúncio do negócio. O Sudameris já foi um dos maiores bancos estrangeiros no país, mas vinha perdendo espaço. Com 97 agências, o Sudameris precisava crescer rapidamente para fazer frente a concorrentes como o HSBC, que comprou o Bamerindus. "Precisávamos ganhar escala", diz o diretor financeiro do Sudameris, João Luiz Pasqual. Colaborou João Carlos de Oliveira, editor do Painel S/A Texto Anterior: Fipe prevê a menor inflação da história Próximo Texto: Dia do fico; Regras específicas; Na feira; Condução segura; Aposta esportiva; Contra-ataque imediato; Pela carteira; Caso kafkiano; Com multa; Acima da média; Novo parceiro; Foco latino Índice |
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