São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998
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Polícias européias se unem para vigiar torcida da Copa

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ministro francês do Interior, Jean Pierre Chevenement, anunciou ontem o acordo com a polícia britânica para vigiar e controlar os hooligans durante a Copa.
"Acertamos todos os detalhes com os ingleses. Agora, a prioridade é terminar a negociação com as polícias da Alemanha, Bélgica, Itália e Holanda", afirmou Chevenement, depois da reunião em Paris com representantes das forças de segurança das 14 nações européias que se classificaram para o Mundial, que começa em 10 de junho.
Os torcedores originários do Leste Europeu, como romenos e búlgaros, são os que oferecem menos perigo.
As exceções seriam os croatas e os iugoslavos, que estiveram envolvidos em uma guerra civil no começo da década.
As polícias estrangeiras vão reforçar o controle nas fronteiras terrestre e aérea, além de formar brigadas mistas com os agentes franceses para acompanhar as torcidas e, se necessário, para deter os integrantes arruaceiros.
"O risco de surgirem cenas violentas deve unir todos os países participantes na Copa", afirmou Chevenement.
Além dos briguentos e depredadores, serão presos aqueles torcedores que praticarem atos de xenofobia ou racismo, que transitarem bêbados ou que tentarem entrar com armas nos estádios e áreas próximas aos locais onde acontecem as competições.
O ministro francês lembrou ainda que esses atos serão punidos com multa e prisão. Caso se comprove a culpa dos organizadores, os estádios poderão também ser multados e até fechados.
Além das polícias, grupos de seguranças contratados pela Fifa farão a vigilância nos estádios e dependências onde estejam dirigentes e delegações.
Haverá ainda a utilização de câmeras de vídeo nas entradas e dentro dos estádios para detectar e intervir mais rapidamente em algum distúrbio,
Facas banidas
O anúncio do ministro francês aconteceu no mesmo dia em que a Fifa -entidade com sede na Suíça que dirige o futebol mundial- reconheceu que a venda de canivetes e facas com o logo da Copa-98 "não é uma coisa realista".
"A França deve retirar esses itens do mercado e ainda não voltar a fabricá-los", recomendou um comunicado da entidade.
Os primeiros a pedirem o banimento dessas facas e canivetes foram as autoridades britânicas.
O primeiro-ministro do país, Tony Blair, chegou a dar uma entrevista em que criticou esses produtos licenciados.
A Grã-Bretanha vive ainda sob o impacto da morte de um garoto durante uma briga de torcidas de times da terceira divisão do país.
Respeitando a opinião do governo inglês e da Fifa, a fábrica francesa Opinel, produtora das armas brancas com o símbolo do Mundial, declarou ontem que parará a fabricação e distribuição.
O problema é que 150 mil unidades já foram compradas.

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