São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998 |
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Godard é um (anti)modelo
PAULO SANTOS LIMA
Impossível pensar em cinema moderno sem tocar na nouvelle vague e JLG. Godard, antes de lançar a proposta de quebra com os padrões da decupagem clássica (narrativa linear, tratamento temporal "realista" etc), já era crítico na "Cahiers du Cinéma", junto com Rohmer e outros. Seus artigos deram impulso a "Acossado" (59), o estopim de um movimento que se alastraria por todo o mundo. Nele, Godard desconstrói a narrativa e faz referências ao cinema de gênero. Daí em diante, ele seguiria num processo revelador que o afastaria desse cinema comercial e levaria a cabo sua "revolução". A proposta político-estética de sua obra cativou cineastas como Glauber Rocha e Alexander Kluge. Intelectuais nem sempre entendiam seu cinema como arte construtora de idéias e verdades, que podia juntar Velázquez e Nicholas Ray. Godard ficou com o "estigma" de porta-voz da digressão cinematográfica. Ele contribuiu para a reflexão de um cinema crítico enquanto técnica. JLG perdeu a leveza de suas primeiras obras e acolheu o amargor dos anos 90. É ainda hoje referência a vários cineastas, como modelo e como negação. Texto Anterior: "Para Sempre Mozart" ataca o presente Próximo Texto: Jean-Luc Godard em película Índice |
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