São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998 |
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Morte cria vácuo na sucessão da Bahia LUIZ FRANCISCO LUIZ FRANCISCO; CHRISTIANNE GONZÁLEZ
A morte do líder do governo na Câmara deve mudar o perfil da política baiana, segundo informações de parlamentares que conviveram com Luís Eduardo Magalhães. "ACM perdeu o seu herdeiro natural", disse o deputado estadual Paulo Jackson (PT), 46. Sem Luís Eduardo, o senador Antonio Carlos Magalhães, principal líder do PFL baiano, agora terá de escolher o novo candidato do partido à sucessão estadual. Os nomes mais prováveis são o do ex-governador Paulo Souto e o do senador Waldeck Ornélas. "Se optar por Souto, ACM estará tomando uma decisão que não desejava", disse o deputado Paulo Jackson. Para Jackson, o senador ACM colocou um "freio" nas pretensões políticas do ex-governador, ao lançar seu filho à sucessão estadual. "Todo mundo sabe que Paulo Souto queria ser o candidato à reeleição." "Luís Eduardo era o favorito para ganhar a eleição e certamente iria trabalhar para fazer uma excelente administração", disse. Segundo Paulo Jackson, Luís Eduardo somente teria chances de disputar a sucessão presidencial se conseguisse reverter os problemas sociais do Estado. "A Bahia é campeã nacional do desemprego, fome e analfabetismo." O principal adversário político da família Magalhães na Bahia, o ex-governador Waldir Pires, 72, disse ontem que não deve rever sua posição de não concorrer ao governo da Bahia neste ano. Pires afirmou ter ficado "profundamente desolado" com a morte de Luís Eduardo Magalhães. "Dentro de suas convicções políticas, o deputado Luís Eduardo Magalhães estava no auge de sua carreira", disse Pires. Segundo ele, o cenário político brasileiro perdeu uma de suas maiores lideranças. "Apesar de nossas diferenças políticas, não posso deixar de reconhecer que Luís Eduardo Magalhães teve uma carreira brilhante." "Tragédia" O deputado João Henrique Carneiro (PDT) classificou como uma "tragédia" a morte de Luís Eduardo Magalhães. "O Brasil perde um grande político. Luís Eduardo tinha um futuro promissor e poderia se tornar o primeiro baiano a ocupar a Presidência da República." João Henrique Carneiro é filho do ex-governador João Durval Carneiro, adversário político do senador ACM. Na época em que governou a Bahia (1983/1987), João Durval Carneiro contou com o apoio de ACM. O ex-prefeito de Salvador Manoel Castro (PFL) lamentou a morte do líder do governo na Câmara. "Apesar de jovem, Luís Eduardo era um dos mais atuantes políticos brasileiros." Texto Anterior: REPERCUSSÃO Próximo Texto: Candidatura fez petista desistir e desmontou a oposição baiana Índice |
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