São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998
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"Brasil 500 Anos" discute seus rumos

Mostra busca diversidade de estilos

BRUNO GARCEZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A exposição "Brasil 500 Anos Artes Visuais", que será inaugurada em 3 de maio do ano 2000, inicia hoje discussões com os curadores antropólogos de três módulos: "Arqueologia", "Artes Indígenas" e "Arte Afro-Brasileira". As discussões, segundo o curador geral da mostra, Nelson Aguilar, visam estabelecer um consenso quanto à forma de exibir "mundos complexos, que envolvem várias civilizações".
A inauguração da mostra coincide com o 500º aniversário da celebração da primeira missa realizada no Brasil. A exposição terá início na Fundação Bienal de São Paulo e depois seguirá para outras capitais. A exposição conta ainda com os módulos "Arte dos Séculos 17 e 18", "Arte Popular", "Arte do Século 19", "Imagens do Inconsciente", "O Olhar Distante", "Arte do Século 20" e "Ação Cultural".
Segundo a antropóloga e artista plástica Lizy Salum, uma das curadoras do módulo "Arte Afro-Brasileira", a intenção do segmento é retratar as diversas abordagens da arte brasileira de raízes africanas.
Para Salum, é reducionista tachar a arte afro-brasileira como arte feita por negros. "Há artistas negros, como Rubem Valentim, que lidam com a iconografia dos cultos afro de modo formal, mas temos Carybé, europeu radicado na Bahia, que registra a experiência estética desses cultos."
A diversidade também caracteriza as artes indígenas, segundo a antropóloga Lúcia Hussak Van Velthem, uma das curadoras do módulo "Artes Indígenas". "Além das artes serem distintas em cada tribo, existem autores utilizando técnicas dos brancos. Caso de Feliciano Lama, artista da tribo desana (do alto Rio Negro), que utiliza papel para retratar mitos indígenas." As discussões contarão ainda com a presença dos curadores Maria Cristina Scatamacchia ("Arqueologia"), José Antonio Braga Fernandes Dias ("Artes Indígenas") e Kabengele Munanga ("Arte Afro-Brasileira").

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