São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 1998 |
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Andrade quer Sarney como candidato
CYNARA MENEZES
Paes veio a São Paulo para uma "visita de solidariedade" a Sarney pela cirurgia sofrida por sua filha, a governadora Roseana Sarney (MA), na última segunda-feira, e para tentar convencer o ex-presidente a apresentar sua candidatura à Presidência na próxima convenção nacional do PMDB, no dia 28 de junho. Ele e Sarney tiveram um encontro reservado durante quase duas horas no apartamento que o ex-presidente mantém nos Jardins, região central de São Paulo, para acompanhar a recuperação da filha no Instituto de Coração, onde foi operada para retirar um nódulo no pulmão. Apesar das declarações de Paes, políticos ligados a Sarney consideram difícil o ex-presidente aceitar entrar na disputa por avaliar que a eleição já está polarizada entre o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Paes não concorda com essa análise. "Eu continuo lutando pela candidatura própria", disse Paes de Andrade. "Se o presidente Sarney for candidato, unifica o partido, sai eleito da convenção e será de novo presidente da República". Para o presidente do PMDB, a polarização da disputa pela Presidência entre Lula e Fernando Henrique não significa que não haja espaço para outro candidato. "Claro que cabe outra pessoa. O presidente Sarney está em terceiro lugar nas pesquisas sem que tenha feito nenhuma definição. Se tivesse se definido, já estaria entre Fernando Henrique e Lula". Itamar Paes insinuou que Sarney teria mais chances, inclusive, que o ex-presidente Itamar Franco, derrotado pela proposta de apoio à reeleição de FHC na última convenção do PMDB, em março. "O presidente Itamar aparece em quarto lugar na pesquisa que o partido encomendou. O presidente Sarney aparece em primeiro entre os candidatos do partido e em terceiro entre todos os candidatos. É muito forte. Teria mais nomes em torno de sua candidatura, uniria mais", avaliou. Itamar já avisou que desistiu da candidatura à Presidência e agora disputa com o prefeito de Contagem, Newton Cardoso, a candidatura do PMDB ao governo de Minas Gerais. Segundo Paes de Andrade, a queda de FHC nas pesquisas é irreversível. "O presidente caiu e é difícil se levantar porque tem trauma de pesquisa. Em 85, pensava que ia ganhar, sentou na cadeira de prefeito e perdeu". O presidente do PMDB brincou: "Nesse ponto, pelo menos, eu e Fernando Henrique temos uma identificação. Eu também era favorito nas pesquisas para prefeito em 85, em Fortaleza, disse que era 'um passeio cívico' e acabei perdendo para a Maria Luiza (Fontenelle, então no PT)". Texto Anterior: Radialista recebe para enaltecer governo Próximo Texto: Candidatos fazem campanha com jogo Índice |
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