São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Terreno delicado; Querem ver resultado 1; Querem ver resultado 2; Uso burro; Peixe fora d'água; Fincando raízes; Bucha de canhão; Peso morto; Na mesma moeda; Ninho de cobras; Me engana que eu gosto; Parece piada; Divisão tucana; Mudou o rio; Pelo menos uma

Terreno delicado
FHC julga que Lula, ao insinuar corrupção na privatização da Telebrás, quebrou um acordo informal que havia desde a campanha de 1994: não fazer ataques pessoais e não questionar a honestidade um do outro.

Querem ver resultado 1
O PSDB e o PT tiveram acesso a pesquisas qualitativas que mostram que parte da população desconfia da lisura das privatizações. Entrevistados dizem que sabem que um patrimônio foi vendido, mas não vêem onde o dinheiro foi aplicado.

Querem ver resultado 2
Lula ouviu o galo cantar e saiu acusando sem prova. E FHC baterá na tecla de que a venda é limpa e tentará explicar às classes D e E (o que os marketeiros chamam de "povão") que é melhor abater a dívida pública do que gastar em obras.

Uso burro
O PT cometeu o mesmo erro que alguns auxiliares do presidente: tomar pesquisa como bíblia. O publicitário Duda Mendonça, um dos pioneiros no uso das qualitativas, já cansou de explicar que elas não dão estratégia, mas testam pressupostos.

Peixe fora d'água
Entre os tucanos, há quem duvide da eficácia da postura agressiva assumida por FHC por sugestão do PFL e de ACM em particular. Não é o estilo do presidente, que parece acuado. E pode até ter efeito contrário.

Fincando raízes
Nas contas do PFL, o partido tem boas chances de fazer o governador em oito Estados: PR, RJ, BA, MA, PI, AM, TO e MT.

Bucha de canhão
O PFL não vai tentar barrar a candidatura tucana de Luiz Paulo Corrêa no Rio. Na partilha dos índices de Marcello Alencar, ele ficou com 3%. É pouco para Cesar Maia abrir mão de seu discurso de oposição ao governo.

Peso morto
A menos que extrapole, Leonel Brizola não vai sentir o gostinho de ser processado por FHC. O Planalto não quer atirar a esmo. Prefere um alvo fixo (Lula). Por isso, fingiu que não ouviu quando Brizola lançou suspeitas sobre a venda do Banco Nacional.

Na mesma moeda
Arraes (PE) mandou requisitar a fita gravada de uma entrevista de FHC na qual o presidente afirma que o governador precisa trabalhar mais e querer menos dinheiro do BNDES. Para avaliar se cabe processo.

Ninho de cobras
A dupla Eduardo Jorge-Clóvis Carvalho bombardeou a ida de Paulo Renato (Educação) para o comando da campanha de FHC.

Me engana que eu gosto
Na defesa que apresentou ao TSE, Gustavo Franco (Banco Central) disse que a publicidade das novas moedas do real não é eleitoreira porque será feita antes do período eleitoral.

Parece piada
Causou preocupação no comando da campanha de FHC o fato de Nizan Guanaes ter tomado aula de Cesar Maia sobre erros de comunicação do Planalto. O publicitário da DM-9 se reuniu recentemente com o candidato do PFL ao governo do Rio.

Divisão tucana
FHC bem que tentou achar alguém para o lugar de Teotonio Vilela Filho na presidência do PSDB. Desistiu porque as seções paulista, mineira e cearense do partido não abriram mão de indicar o novo presidente.

Mudou o rio
O PPS de Ciro está aliado ao PSDB de FHC em quatro Estados (Ceará, Mato Grosso, Pernambuco, Sergipe) e no Distrito Federal. "A aliança com o PPS era o sonho do presidente antes de ficar dependente do PFL", diz o tucano Carlos Wilson (PE).

Pelo menos uma
Para que ninguém diga que FHC só joga contra os tucanos na composição dos palanques estaduais: o presidente está tentando convencer o PFL a deixar a vice na chapa de Esperidião Amin (PPB-SC) com o PSDB.

TIROTEIO
Do deputado estadual Nelson Pellegrino (PT-BA), sobre FHC processar Lula, por dizer que a privatização da Telebrás servirá "possivelmente" para o presidente fazer "caixa dois" para a campanha reeleitoral:
- Os aposentados com menos de 50 anos, chamados de "vagabundos", é que deviam processar FHC por injúria. Quem sabe o Eduardo Jorge (coordenador da campanha) ou o Stephanes (ex-ministro da Previdência) não encabeçam a ação?

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