São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998 |
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FHC 'bate ponto' e ignora os saques Presidente passa poucas horas em Tejuçuoca, no CE ELIO GASPARI
Enquanto o presidente voava de volta a Brasília, o ministro do Planejamento, Paulo Paiva, entrava num dos salões do Hotel Glória, no Rio de Janeiro. Sentou-a à cabeceira de uma mesa circular, enfeitada com bromélias. Tinha à frente uma garrafa de água Lindoya e cinco ex-chefes de governo, entre os quais o alemão Helmut Schmidt e o japonês Kiichi Miyazawa. Falou por meia hora sobre a situação do Brasil. Nem uma palavra sobre seca. Pelo contrário: "No Nordeste, estamos desenvolvendo um programa de irrigação nos grandes lagos. Serão 1 milhão de hectares irrigados, gerando 100 mil empregos a médio prazo". (Trata-se de um projeto arquivado.) No dia 4 de maio, no Brasil espetacular, ou não havia seca ou, havendo-a, como informara o presidente: "Os armazéns do governo estão cheios". Nesse mesmo dia ocorreram pelo menos nove saques no Nordeste. Seis no Ceará, dois em Pernambuco e um no Rio Grande do Norte. Em Senador Sá, Nova Russas e Tauá. Os armazéns haviam amanhecido cheios, mas, à hora em que o presidente os mencionou, já estavam saqueados. Nesta página, vai a história de cada uma dessas cidades do sertão cearense e de seus saques. Texto Anterior: Na seca de 98, a fome mostrou a cara do saque Próximo Texto: Polícia Militar oferece lição em Tauá Índice |
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