São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Arquiteto elevou nome do país, diz presidente

FHC divulga declaração lamentando a morte de Lucio Costa

DA REPORTAGEM LOCAL

A assessoria da Presidência divulgou ontem uma declaração do presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a morte do arquiteto Lucio Costa.
"O Brasil perde uma de suas maiores personalidades, que soube unir competência e arte, elevando o nome do nosso país. Sua obra-prima, a capital do Brasil, é hoje referência urbanística mundial e orgulho para todos os brasileiros. Eu o conheci pessoalmente e tinha por ele o mais alto respeito e admiração."
O arquiteto Oscar Niemeyer, 90, que construiu Brasília junto com Lucio Costa, disse à Folha que ele "deu a Brasília a monumentabilidade que a capital do Brasil merecia".
Niemeyer começou sua carreira aos 23 anos no escritório de Lucio Costa e, ao longo da carreira, trabalhou cerca de dez anos junto com o amigo.
"Ele era um idealista, preocupados em fazer coisas bonitas, e não em ganhar dinheiro", disse.
Niemeyer disse que, após a construção de Brasília (a cidade foi inaugurada em 1960), as carreiras dele e de Lucio Costa seguiram rumos diversos.
Ultimamente, segundo ele, os dois tinham muito poucas oportunidades de se ver. Lucio Costa teria ficado muito abalado e arredio após perder a mulher em um acidente em Petrópolis (região serrana do Rio).
"Vou sentir muita saudade", resumiu Niemeyer.
O arquiteto Paulo Mendes da Rocha salientou a importância da continuidade do trabalho de Lucio Costa. "Tanto Brasília como a Barra representam instalações humanas inovadoras, como se fossem um novo planeta. Essas manifestações comoveram o mundo todo. São noções de transformações da natureza para que o homem pudesse habitá-la", disse.
"Suas reflexões sobre a cidade são dissertações do supremo conhecimento do homem contemporâneo. Nós, que estamos vivos, temos de continuar com esse trabalho", completou o arquiteto.

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