São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998 |
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Curso terá debates sobre migrantes e gays
FERNANDA DA ESCÓSSIA em São PauloO curso sobre relações raciais vai incluir também debates sobre outros grupos chamados de "vulneráveis": mulheres, homossexuais, deficientes físicos, descendentes de outras etnias ou migrantes. O princípio é o mesmo: levar o delegado, operador da lei, a evitar incorrer nos mesmos preconceitos contra esses grupos e corrigir distorções nos inquéritos. "Vamos discutir sobre um pouco de tudo, desde como encontrar a legislação aproximada para cada caso até a importância de não chamar um nordestino de 'cabeça-chata', por exemplo", diz Hédio Silva Júnior. Os alunos terão laboratórios para discutir as próprias experiências com a discriminação, vivida ou presenciada contra terceiros. Silva Júnior diz que sabe que não terá uma tarefa fácil, porque o preconceito está de tal forma arraigado que muitos não podem mais enxergá-lo em si mesmos. A turma de 60 delegados tem apenas dois de origem negra, embora, entre os alunos, haja descendentes de orientais, italianos e libaneses. Um terço da turma é constituído de mulheres. O diretor da Acadepol (Academia da Polícia Civil), Tabajara Novazzi, inclui a nova disciplina no que chama de "tentativa de humanização" dos policiais. Desde o ano passado, os alunos do curso de formação de delegados na Acadepol estão tendo, ao lado das disciplinas tradicionais, como criminalística, aulas de origami, gerenciamento de crises e inteligência emocional. Texto Anterior: Delegados de SP terão aula anti-racismo Próximo Texto: Neta de japoneses vê preconceito social Índice |
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