São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Marrocos promete atacar Brasil

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A MARSELHA

Empolgado após empate com Noruega, técnico Henri Michel promete ofensividade contra brasileiros na terça-feira

Animado com o que considerou uma boa apresentação de seu time contra a Noruega, na quarta-feira, Henri Michel, técnico de Marrocos, afirma que não vai atuar na defesa contra o Brasil.
As duas seleções do Grupo A da Copa do Mundo se enfrentam na próxima terça-feira e um bom resultado, "difícil, mas não impossível", passa pela cabeça tanto dos jogadores marroquinos como pela do treinador francês.
Na concentração, em Aix-en-Provence, a cerca de 30 km ao norte de Marselha, Michel gosta de lembrar que, com a França, nunca perdeu para o Brasil em jogos oficiais. E que o colega Zagallo "pode pensar o que bem entender, mas Marrocos não jogará pensando só em contra-ataques".
Zagallo especulou na semana passada que Marrocos, como fez no empate de 2 a 2 contra a Noruega, fortaleceria seu setor defensivo, buscando gols nos contragolpes de velocidade de seu ataque.
"O que ele não está levando em consideração é que tivemos que optar um pouco pela tática do contra-ataque devido às caraterísticas físicas dos noruegueses. Mas o time brasileiro é bem diferente", declarou o treinador.
Naquela partida, segundo Michel, Marrocos foi obrigado a reforçar a sua defesa por causa da elevada estatura do ataque norueguês, levando em consideração que o deficiente jogo aéreo dos marroquinos seria insuficiente.
Apesar de não querer desdenhar da "qualidade técnica" dos jogadores brasileiros -ele elogiou o meia-atacante Denílson-, Michel afirma que será mais interessante contar com um time mais aberto na próxima terça-feira.
O treinador até admite que ficou mais animado para enfrentar o Brasil depois de a seleção de Zagallo ter demonstrado algumas limitações táticas na vitória de 2 a 1 sobre a Escócia. Ainda assim, ele compara o atual time ao de 94.
"O Brasil não vai mais entrar no jogo com toda aquela superioridade, como planejava antes de começar o Mundial", declarou.
Com um time unido e até certo ponto entusiasmado, comandado por jogadores experientes e com vivência na Europa, como El Hadrioui (Benfica), Hadji e Naybet (La Coruña), Michel confia ter uma equipe honesta em mãos.
Alcançar a fase de oitavas-de-final "já seria uma vitória pessoal". E o tal "bom resultado" contra o Brasil, um importante passo rumo à classificação.
Suas únicas preocupações para o jogo continuam sendo as faltas, para ele, problema crônico da defesa marroquina.
"Com as novas regras da Fifa, de fato, as coisas ficaram mais difíceis. Mas, quanto a isso, não há o que fazer. A característica natural dos marroquinos é abusar do número de faltas. Já desisti de tentar mudar isso", analisou.
Sem explicar o motivo, a seleção marroquina se transfere hoje para Nantes, cidade que vai abrigar o encontro contra o Brasil. O reconhecimento do gramado do estádio de La Beaujoire será amanhã.

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