São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998
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Brizola quer retomada da Vale privatizada

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA SUCURSAL DO RIO

Candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola defendeu ontem a "retomada" da Vale do Rio Doce e classificou o processo de privatização como "uma grande roubalheira".
"Vamos tratar de recuperá-la", afirmou, referindo-se à Vale. Brizola defende uma auditoria geral em todas as empresas. Se for comprovada alguma irregularidade, ele diz que a venda da Vale será anulada. Se não houver nenhuma falha no processo, será procurada alguma brecha jurídica para rever a privatização e retomar o controle da companhia e de qualquer empresa considerada estratégica por um eventual governo petista.
"Pode estar tudo direitinho, mas o Estado vai ter que buscar os seus caminhos para anular", disse, salientando que, por enquanto, essa é a opinião do PDT, mas que acredita que será a orientação do governo petista.
Como exemplo, ele citou a possibilidade de devolver aos consórcios compradores as moedas podres (títulos de dívida pública de longo prazo e pouca atratividade no mercado) usadas na compra de estatais.
Na privatização da Vale, contudo, elas não foram usadas. Ele disse que, "pessoalmente", sente-se legitimado a dizer "dá para cá o que é do Brasil e que vocês levaram ilegitimamente". Mas salientou que não defende medidas de força e que seguirá a lei.
Sobre a Telebrás, Brizola negou que defenda simplesmente a anulação da privatização. "Jamais disse que iríamos anular todas as privatizações. Elas precisam de auditoria. Naquelas que forem encontradas irregularidades, só há um remédio: anular."
O ex-governador afirmou que não está satisfeito com o funcionamento das empresas estatais, como a Petrobrás. E acha que algumas estatais podem ser extintas. Mas não especificou quais.
Após chamar o presidente Fernando Henrique Cardoso de mascate e de caixeiro-viajante, Brizola disse que o governo se preocupa apenas em vender e negociar.
O senador Antonio Carlos Magalhães também foi criticado. Por ser, segundo Brizola, "sócio da Globo", o presidente do Senado teria interesse no processo de privatização da Telebrás.

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