São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998
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Valor da Telebrás pode cair, diz ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro interino das Comunicações, Juarez Quadros, disse ontem que o tiroteio entre governo e oposição em torno da privatização do Sistema Telebrás pode aumentar o "risco Brasil" e diminuir o ágio no leilão de venda.
"Provavelmente isso poderá ser embutido no 'risco Brasil', e o ágio pode diminuir em função de não haver a quantidade suficiente de investidores", afirmou.
"Risco Brasil" é a avaliação que os investidores fazem da segurança em aplicar dinheiro no país.
O ministro interino disse na semana passada que as acusações feitas pela oposição podem "afugentar" investidores estrangeiros.
Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola, candidatos a presidente e vice na chapa que reúne PT e PDT, e Ciro Gomes, candidato à Presidência pelo PPS, questionam a privatização da Telebrás e a suposta pressa na venda.
Quadros afirmou que o leilão de venda da Telebrás continua marcado para o dia 29 de julho. Segundo o ministro interino, os investidores "sempre têm interesse em algum retardo para poder trabalhar melhor as propostas".
Sobre a auditoria que o TCU (Tribunal de Contas da União) deve fazer, a pedido do PT, na privatização da Telebrás, Quadros disse que constitucionalmente o tribunal tem o direito de acompanhar o processo de venda.
O ministro interino entregou ontem a Haroldo Ferraz da Nóbrega, vice-procurador da República, estudos feitos por consultorias contratadas para avaliar a estatal e estabelecer o preço mínimo. "Vamos estudar as análises e, caso nos convençamos de que o documento está correto, vamos defender a legalidade do procedimento", disse Nóbrega, para quem o ato "demonstra a lisura da privatização e que o governo não tem medo".
O TCU não pode determinar a suspensão do leilão. Pode, entretanto, apresentar relatório contrário, o que teria peso político.
O ministério distribuiu cerca de 90 mil cartilhas a empregados e aposentados da Telebrás explicando pontos da privatização.
A cartilha foi criada com base em perguntas feitas em teleconferência realizada em março com o então ministro Sérgio Motta.

LEIA MAIS sobre privatização da Telebrás no caderno Dinheiro

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