São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inadimplência em SP permanece elevada

Setor registra 166 mil carnês em atraso

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A inadimplência está estabilizada no comércio paulista, apesar de ser duas vezes maior do que a média histórica anterior ao Plano Real.
Na primeira quinzena deste mês, a Associação Comercial de São Paulo registrou 166.447 carnês em atraso, 69,7% a mais do que em igual período do ano passado e 14,2% a menos do que nas duas primeiras semanas de maio.
O crescimento sobre 97 está praticamente mantido. Desde o início do ano, varia entre 50% e 80%, dependendo do mês. Na comparação com maio, a redução, que poderia ser considerada uma boa notícia, só aconteceu por causa do feriado da semana passada.
"As lojas devem ter postergado para esta semana o encaminhamento dos carnês atrasados ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito)", diz Emílio Alfieri, economista da associação.
Se o número de carnês em atraso registrado na primeira quinzena se repetir na segunda, o que somaria cerca de 333 mil carnês, o volume não será recorde.
O recorde histórico foi registrado em março deste ano, com 434 mil carnês. Em abril, foram 420 mil e, em maio, 410 mil. "Ainda é cedo para apostar que o ritmo de queda vai se manter neste mês", diz Alfieri.
Pelo levantamento da associação, também está mantido neste mês o ritmo de renegociação de carnês dos consumidores. Na primeira quinzena deste mês, foram renegociados 111.030 carnês, 114,2% a mais do que em igual período do ano passado, percentual que vem se mantendo desde o início do ano na comparação com 97.
Em relação à primeira quinzena de maio, houve queda de 11,7%. Mais uma vez, segundo Alfieri, a queda ocorreu por causa do feriado. "O fato é que não está ocorrendo melhora no ritmo do emprego que justifique uma queda da inadimplência ou um aumento nas renegociações de carnês atrasados."
A situação das empresas parece, de qualquer forma, mais favorável nesta primeira quinzena de junho. Os pedidos de falência caíram 13,6% na comparação com igual período do ano passado e 8,2% em relação a maio deste ano. Nas falências decretadas, a queda foi de 17,4% e de 4,1%, respectivamente.
Na primeira quinzena deste mês, foram registrados 11 pedidos de concordata. Em igual período de 97 foram 14, e do mês passado, 6.

Texto Anterior: China volta a descartar queda da moeda
Próximo Texto: Falta de gasolina pode piorar hoje em SP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.