São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Itália teme 'efeito Havelange'
HUMBERTO SACCOMANDI
Os italianos estão preocupados com as declarações de João Havelange, ex-presidente da Fifa, que criticou o árbitro Lucien Bouchardeau, do Níger, que apitou a estréia da Itália com o Chile, na semana passada, em Bordeaux. O juiz marcou um pênalti polêmico contra a seleção chilena a cinco minutos do final da partida, permitindo que os italianos empatassem em 2 a 2. No lance, Roberto Baggio tentou cruzar, mas a bola bateu na mão do zagueiro. Após a partida, os italianos evitaram comentar o lance, preferindo criticar o árbitro pelo desconto concedido ao final do primeiro tempo, quando os chilenos fizeram o seu gol de empate. "Foi um erro infeliz do árbitro. A bola bateu no braço, mas não foi o braço a ir ao encontro da bola. O jogador do Chile não teve a intenção de parar a bola", afirmou Havelange. O técnico da "azzurra", Cesare Maldini, considerou a declaração de Havelange "inoportuna". Os italianos temem que a opinião do brasileiro influencie a arbitragem contra a Itália nas próximas partidas da Copa. "Não gostaria que cada suspeita de falta na nossa área se tornasse automaticamente um pênalti", afirmou o meio-campista Dino Baggio. O "alarme arbitragem", como o caso está sendo chamado na Itália, tem também um aspecto político. Os italianos temem uma vingança de Havelange pelo fato de o país ter apoiado o candidato oposicionista nas eleições para a Fifa, há dez dias. Venceu o suíço Joseph Blatter, candidato do brasileiro. "Espero que a declaração de Havelange não esconda algo por trás", disse o capitão da equipe, Paolo Maldini. O que a afirmação do ex-presidente da Fifa parece indicar é que o árbitro nigerino não apitará mais nesta Copa, apesar de não haver confirmação da Fifa a respeito. Ainda não saiu a escala de árbitros para a próxima fase. O novo presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, e o presidente do comitê organizador da Copa, o francês Michel Platini, também criticaram ontem as arbitragens. Blatter atacou os carrinhos por trás e a excessiva retenção de bola pelos goleiros, ao falar sobre a partida entre Alemanha e EUA, apitada anteontem por Said Belqola, do Marrocos. (HuSa) Texto Anterior: Itália recua e adota dois no ataque Próximo Texto: Desatenção preocupa Camarões Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |