São Paulo, quinta-feira, 18 de junho de 1998
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Maluf faz elogio à PM em depoimento

Ex-prefeito explica ligação ao 109

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato ao governo do Estado, Paulo Maluf, afirmou anteontem, em depoimento à Polícia Civil, que, em telefonema ao serviço 190 da Polícia Militar, pôde "confirmar a competência" do atendimento prestado.
A afirmação está no inquérito instaurado pela Polícia Civil para apurar se o ex-prefeito cometeu crime ao telefonar para o serviço, que atende emergências, simulando uma ocorrência.
Segundo reportagem publicada pelo "Jornal da Tarde", em 9 de junho, Maluf ligou, identificando-se como "dr. Paulo", para o 190 e fez um queixa falsa, com o objetivo de mostrar supostas falhas no atendimento da PM.
Oito minutos depois do chamado, três viaturas chegaram a seu escritório, por volta das 18h.
Dever
Durante o depoimento, que durou cerca de 30 minutos, o ex-prefeito confirmou a ligação, mas negou que tenha feito um trote.
Segundo ele, é de seu "interesse e dever", como candidato, conhecer em detalhes o funcionamento dos diversos órgãos da administração pública.
Maluf negou que tenha feito comunicação falsa e, segundo o delegado encarregado do inquérito, Cláudio Kiss, assumiu a responsabilidade pela ligação.
O ex-prefeito deveria comparecer à delegacia somente amanhã, mas preferiu se apresentar espontaneamente na tarde de anteontem. Acompanhado de seu advogado, chegou à polícia uma hora e 30 minutos antes do início do jogo do Brasil.
Pena
Segundo Kiss, o artigo 340 do Código Penal considera crime a falsa comunicação de crime ou de contravenção. A pena prevista é detenção de 1 a 6 meses ou multa.
O delegado afirmou que um relatório contendo os depoimentos e a transcrição da fita que continha a entrevista será agora enviado ao Juizado Especial Criminal.

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