São Paulo, sábado, 20 de junho de 1998
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Feijão derruba preços em supermercados

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de meses em alta, a queda de 6,83% do feijão nesta semana nos supermercados de São Paulo foi suficiente para fazer com que houvesse queda nos preços médios praticados por aqueles estabelecimentos.
Segundo a pesquisa semanal de preços feita pelo Datafolha, os preços médios caíram 0,39% nos supermercados paulistanos entre os dias 9 e 17 deste mês. Na semana anterior os preços tinham subido 0,78%.
O feijão já havia caído 1,06% na semana passada. Nesta semana a queda foi maior devido ao aumento da oferta do produto proveniente da safra irrigada de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rondônia.
Omar Assaf, presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), diz que as quedas vão prosseguir nas próximas semanas. "Agora o produto vai fazer o caminho de volta", referindo-se ao sucessivos aumentos. Para a próxima semana ele prevê queda entre 10% e 15%.
Para ter uma idéia desses aumentos, neste ano o Datafolha só não constatou alta em três semanas -25 de março, 9 e 17 deste mês.
Nos hipermercados, entretanto, a tendência dos preços médios foi inversa, com alta de 0,85%. Na semana anterior já havia ocorrido aumento de 0,73%.
Essa alta foi motivada, a exemplo da semana passada, pelo aumento excessivo nos preços dos produtos hortifrútis. A alta ocorreu devido ao aumento da temperatura nas duas últimas semanas.
Essa tendência deverá ser revertida nos próximos dias devido à queda da temperatura e às chuvas de ontem. Sempre que há queda ou aumento excessivo da temperatura os preços das verduras e legumes aumentam.
Nos supermercados os hortifrúti subiram apenas 0,24%. Entretanto, na semana passada a alta havia sido de 10,58% -a segunda maior do ano, inferior apenas aos 12,24% de 25 de fevereiro.
Arroz
O arroz também teve comportamento diferente nesta semana. Nos supermercados ocorreu queda de 1,26%; nos hipermercados, alta de 2,83%.
Assaf acredita que os preços do arroz não cairão nas próximas semanas. O dado positivo, segundo ele, é que a confiança no mercado já é grande devido à estabilidade no abastecimento.
Isso significa que os supermercadistas já estão conseguindo repor o produto pelo mesmo preço. Assim, deixam de ocorrer altas. Em alguns casos, podem até ocorrer promoções -mas não significa queda de preço, ressalta o presidente da Apas.
Na caso da carne, cujos preços médios subiram 1,54% nos supermercados, Assaf disse que isso ocorreu devido ao fim das promoções que normalmente ocorrem na primeira quinzena de cada mês. Nesse período é maior o consumo devido ao recebimento dos salários.
A pesquisa de preços é feita pelo Datafolha em 18 supermercados e 18 hipermercados da capital paulista. Ela abrange cem itens entre produtos alimentícios, de higiene e limpeza. Nesta semana foram coletados 6.917 preços.

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