São Paulo, sábado, 20 de junho de 1998 |
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Nigéria vence e é a 1ª do grupo
JOSÉ GERALDO COUTO
Com a vitória de 1 a 0 sobre a Bulgária, ontem em Paris, e o empate entre Paraguai e Espanha, as "águias verdes" de Bora Milutinovic garantiram a classificação para as oitavas-de-final em primeiro lugar no Grupo D. O placar magro não refletiu a realidade do jogo, um dos melhores da Copa até agora. Se, no primeiro tempo, a Nigéria perdeu diversas oportunidades de liquidar a Bulgária, no segundo foram os búlgaros que chegaram muito perto do empate, principalmente aos 43 minutos, quando o atacante Kostadinov carimbou o travessão, depois de uma espetacular jogada individual. Embora a Nigéria também tenha tido suas chances para ampliar, abriu flancos no segundo tempo para a Bulgária, que voltara a campo com uma formação mais ofensiva, com três atacantes (Kostadinov, Stoichkov e Borimirov). Mas nos primeiros 45 minutos, a Nigéria mandou no jogo, e exibiu alguns momentos brilhantes. Revezavam-se nas estocadas os matadores Ikpeba e Amokachi e os meias Okocha, Lawal e Finidi. O gol de Ikpeba, aos 26 min. de jogo, retrata bem o futebol envolvente e rápido que os nigerianos impuseram na primeira etapa. Okocha recebeu um passe da esquerda e tocou de calcanhar para Ikpeba no meio da área. O atacante -que joga no Mônaco, da França- driblou um zagueiro e tocou por baixo do goleiro. Sob o batuque de sua torcida, concentrada atrás do gol da Bulgária, a Nigéria deitava e rolava. O meia Okocha, um dos destaques do jogo, chegou a abusar dos lances individuais e de efeito. Até chapéu tentou dar, junto ao lateral do campo. A jogada não deu certo, mas o público foi ao delírio. O segundo tempo foi outra história. Atiçados pelas vaias da torcida francesa, os hábeis e experientes Stoichkov, Balakov e Kostadinov começaram a infernizar a defesa africana, ora com tabelas na entrada da área, ora revezando-se nos lançamentos longos e nos cruzamentos. O próprio Stoichkov perdeu um gol feito aos 22 min.: recebeu passe de Kostadinov na linha da pequena área e chutou para fora. Ao final da partida, Bora Milutinovic declarou-se "muito orgulhoso" de seu time. Seu humor estava tão bom que chegou a dizer que será "bom" ter de substituir, no próximo jogo, contra o Paraguai, o capitão Uche, suspenso por ter tomado o segundo cartão amarelo. "Assim, vamos poder mostrar ao público o futebol de outro jogador." Texto Anterior: Marrocos quer 'salvar a honra' do futebol árabe Próximo Texto: Finidi acha que equipe aprendeu lição de 94 Índice |
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