São Paulo, domingo, 21 de junho de 1998
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Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

PRONTA ENTREGA
Anjo da guarda
Formado pela USP e com especialização nos Estados Unidos, o oncologista Sergio Daniel Simon (foto) vive momento de resgate. Seu pai, que era alemão, corria como amador e foi expulso de seu clube, em 1933, por ser judeu. Por isso, como questão de honra, ele pretende correr ano que vem a maratona de Berlim -organizada pelo mesmo clube. Com a mesma determinação, Sergio enfrenta a doença de seus pacientes -a maioria fica totalmente curada- e os momentos difíceis no trabalho -como a angústia e a ansiedade das famílias. A morte ainda é algo duro, mas ele tenta manter o distanciamento profissional. E, para aliviar a tensão, corre quase todos os dias, toca clássicos em seu Steinway e viaja para o exterior, pelo menos seis vezes ao ano.
*
Quem espera sempre alcança?
Infelizmente, nem sempre.

Quando o prazer vira dor?
Quando ele nunca pode ser compartilhado com ninguém.

Como dar a volta por cima?
Olhando para a frente e esquecendo o que ficou para trás.

Quando nada faz sentido...
Você apela para Deus.

O que nem a experiência transforma?
Racismo.

Dá para ganhar perdendo?
É só encontrar o lado positivo que todas as perdas trazem.

A vida é uma festa?
É, mas poucos são convidados a entrar.

Que caminhos levam ao descobrimento?
A inquietude de saber mais, de chegar à essência das coisas.

Como desarmar os sentidos?
Sendo dolorosamente honesto.

Para a angústia que não acaba...
Não há remédio -faz parte da existência humana.

Onde fica o país das maravilhas?
Dentro de cada um de nós.

O que é mais duro que a morte?
Uma vida indigna.

Como curar ansiedade de fim de século?
É melhor curti-la -é um barato.

Faz bem nadar contra a corrente?
Fortalece.

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