São Paulo, domingo, 21 de junho de 1998
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Polícia Rodoviária britânica faz teste voluntário

MARIANA SGARIONI; PAULO DANIEL FARAH
DA REDAÇÃO

A Polícia Rodoviária do Reino Unido está testando o detector de drogas Drugwipe, desde março, em quatro regiões da Inglaterra: Cleveland, Lancashire, Sussex e Strathclyde. O teste é feito em operações esporádicas e em um esquema voluntário: os motoristas são perguntados se estão de acordo com a aplicação.
O Ministério dos Transportes britânico pretende introduzir o aparelho na legislação caso seja comprovado que seu uso ajude a diminuir a incidência de acidentes nas estradas provocados pelo uso de drogas.
Um estudo divulgado pelo ministério aponta que as ocorrências de pessoas dirigindo sob o efeito de drogas quadruplicaram nos últimos dez anos no país. Em contraposição, nesse período, as ocorrências de álcool no volante caíram na mesma proporção.
A empresa alemã responsável pelo Drugwipe, a Securetec, com sede em Munique, afirmou à Folha que o produto já é usado em 160 localidades da Alemanha e que o governo é seu principal comprador.
A polícia de Stuttgart (sudoeste do país, no Estado de Bade-Wurtemberg) é uma das organizações que utilizam o aparelho.
Segundo o fabricante, o Drugwipe é utilizado no país há três anos e meio. Nos últimos dois anos, o detector de drogas vem sendo exportado para outros países, como Reino Unido, França, Portugal, Holanda, Suíça e Áustria.
Após o Ministério dos Transportes da Holanda ter manifestado interesse pelo aparelho, representantes da polícia da Província de Limburgo (sudeste da Holanda) foram ao Estado de Bade-Wurtemberg para conhecer o detector.
Reprovação
Em Portugal, o aparelho foi submetido a testes laboratoriais há cerca de três meses, mas não foi aprovado.
"Os resultados de fidelidade ficaram abaixo da taxa exigida pela lei portuguesa. Se fosse aprovado, já poderia entrar em uso, pois a lei permite qualquer tipo de aparelho para detecção de álcool e drogas", afirmou Ribeiro Viana, do Departamento de Segurança Pública de Lisboa.
Já no Brasil, para entrar em uso, o Drugwipe deveria primeiro ser testado e aprovado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial) e depois homologado pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Ainda assim, de acordo com o novo código de trânsito, o motorista poderia se negar a fazer o teste, atitude que agravaria sua situação em um tribunal.
Segundo o médico legista Sidnei Reed, do Instituto Médico Legal de São Paulo, os exames toxicológicos, no Brasil, são feitos em conjunto. Primeiro, a pessoa passa por um exame de dependência toxicológica com psiquiatras e psicólogos.
Depois, ela é realiza um exame de sangue, considerado o mais seguro. O exame de urina só é feito por último para comprovar os outros.
(MSg e PDF)

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