São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998
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Vigilância libera pílula com nova embalagem

CARLA CONTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo liberou ontem três lotes da pílula Microvlar. O laboratório Schering do Brasil solicitou a liberação desses medicamentos após apresentar ontem à Vigilância um relatório de qualidade do produto e sugerir que uma marca na embalagem identifique que aquela cartela não pertence ao lote da pílula da farinha.
A nova embalagem trará uma pequena estrela azul no canto direito da caixa, abaixo do nome de produto. O novo medicamento pode chegar às farmácias amanhã, segundo a empresa.
Extravio
As pílulas feitas com farinha foram fabricadas para serem usadas em teste da nova embalagem do produto. Houve extravio da mercadoria, que seria incinerada como resíduo industrial, e alguns lotes chegaram ao mercado. A empresa não soube dizer quantas cartelas teriam chegado às farmácias.
O caso se tornou público após uma consumidora reclamar que ficou grávida, apesar de tomar a pílula. A Vigilância Sanitária determinou anteontem a proibição da venda e da produção do produto e também o recolhimento de todas as cartelas do mercado em todo o país. Desde ontem a pílula está sendo recolhida, segundo informação do laboratório à Vigilância.
Divulgação
O laboratório se comprometeu a divulgar a partir de hoje o problema verificado com alguns lotes da Microvlar por meio de anúncio nos principais jornais. A empresa também terá que fazer ampla divulgação da nova marca a ser estampada na embalagem para que o consumidor tenha facilidade de identificar o produto eficaz e não corra o risco de levar uma das cartelas com a pílula de farinha.
A Vigilância também deu autorização ontem ao laboratório para finalizar a produção de outros 13 lotes que já estavam em processo de fabricação quando a proibição da Vigilância passou a vigorar. Segundo o órgão, o laboratório só poderá colocar esses lotes no mercado após apresentar um relatório de qualidade.
Segundo Sandra Abrahão, diretora médica do laboratório, foram vistoriadas várias farmácias em municípios de São Paulo e não foram localizadas novas pílulas de farinha. Quanto à indenização a consumidoras grávidas, a diretora afirmou que a empresa aguarda investigação da polícia sobre o extravio do produto para depois se manifestar sobre esse assunto.

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