São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998
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"Só ação mundial seria eficaz"

DA SUCURSAL DO RIO

Crises financeiras como a asiática podem se tornar recorrentes se não houver medidas internacionais capazes de ordenar os fluxos de capital de curto prazo, protegendo os mercados emergentes. A tese é da economista Stephany Griffith-Jones, da Universidade de Sussex (Inglaterra).
A necessidade de regular os fluxos de capital de curto prazo é uma discussão que vem ganhando força dentro e fora dos meios acadêmicos. Foi citada pelo presidente do Fed (banco central dos EUA), Alan Greenspan.
Griffith-Jones participou, ontem, do seminário "Modelos e políticas de desenvolvimento", realizado pelo BNDES e pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
"Volatilidade dos fluxos de capitais é um aspecto dos mais controversos quando se fala em globalização. Pode destruir os benefícios de todo o processo", disse.
Trata-se de investimentos estrangeiros que funcionam também como complemento para a poupança interna dos países.
Para Griffith-Jones, não basta alguns países adotarem medidas isoladas para restringir a entrada de recursos de curto prazo. "Só uma ação mundial seria eficaz."
Ela também defende uma redução na liquidez dos investimentos em Bolsa. Isso seria possível se fosse exigida a criação de uma reserva para a compra de ações. Seria um desestímulo, na sua opinião, para os investidores especulativos.
Para o coordenador-geral do Grupo de Análise e Pesquisa da Presidência da República, Luciano Martins, que também participou do seminário, um dos maiores desafios da globalização é político.
Para ele, a maior relação de dependência deixa os Estados com menos chances de defenderem seus interesses. Isso, diz, se aplica a todos os países, até aos EUA.

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