São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998
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Brasileira realiza seus desejos no gramado do jogo

SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A MARSELHA

Ambos os desejos da brasileira Rosângela de Souza foram atendidos ontem: ela realmente casou-se com o norueguês Oivind Ekeland, diante de um terço da platéia do estádio Vélodrome, e a Noruega venceu o Brasil.
Anteontem, ela disse que abria mão da vitória brasileira para deixar o futuro marido feliz.
A cerimônia de casamento dos dois, liberada pela Fifa, aconteceu entre as músicas "Crazy" (maluco), com o Aerosmith, e "Stand by Me" (conte comigo), com Ben E. King, uma hora antes do jogo.
"Vocês podem tomar como exemplo os times bem-sucedidos de futebol. É preciso encontrar o equilíbrio perfeito entre valores individuais e trabalho de equipe", disse o pastor protestante Tore Thomassen, durante a cerimônia.
Não faltou nem menção inicial a uma frase do ex-presidente da Fifa João Havelange, lida por um locutor, segundo a qual "o futebol existe para unir os povos".
Mas, se a torcida brasileira participou da cerimônia, não foi convidada para a "festa" que se seguiu.
Na arquibancada, durante o jogo, teve de competir com dois adversários: os noruegueses, em maior número, e os marselheses, francamente contra o Brasil.
Segundo a polícia, a relação entre torcedores noruegueses e brasileiros era de 1,5 para 1.
Os gritos de guerra noruegueses eram óbvios. Iam de "Flo, Flo, Flo, olê, olê, olê" a uma adaptação da música "Go West", dos Pet Shop Boys, já tradicional entre os times europeus.
Mas o estádio só foi mesmo balançada pela torcida marselhesa, que cantava: "Onde estão, onde estão, onde estão os brasileiros?".
Durante o dia, depois da praia, na concentração informal pré-jogo que aconteceu no Porto Velho marselhês, o clima entre as torcidas fugiu da cordialidade entre Brasil e Escócia.
Nenhum incidente mais grave foi registrado, mas muitos noruegueses exibiam camisetas com os dizeres "Lembrem-se do 4 a 2", referindo-se à vitória norueguesa no amistoso de 1997.
Os brasileiros respondiam com marchinha que fazia alusão à masculinidade do time nórdico e os chifres usados pelos noruegueses no uniforme básico do torcedor.

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