São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Disco tem menos idéias
PAULO VIEIRA
É verdade que aquelas gravações foram feitas em mesas de pouquíssimos canais e agora reaparecem em 48. Mas e daí? Há intervenções inexplicáveis, como o saxofone sempre adocicado, inadequado, de Leo Gandelman, já na introdução de "Amor de Índio", ou um solo de guitarra ao final de "Sol de Primavera". "Lumiar" ganha comentários de uma seção de metais polidos demais, e "Pedras Rolando" sofre com o vocal titubeante de Toni Garrido -à maneira que faz em seu grupo, insistindo em prolongar as vogais. Quanto às novas, "Dias de Chuva", versão dos Carpenters, tem timbres de teclado dignos de shows de Ângela Rô Rô (costuma ser o único instrumento que ela tem grana para bancar nesses eventos) e um coral gospel pouco crível. É estranho imaginar que Guedes esteja por trás disso tudo, ele que é um excelente arranjador, instrumentista prolífico e, mais que isso, sensível. Talvez seja uma détente para o seu retorno. Ele agora compõe também apoiando-se em programas inteiros de pedais ou teclados eletrônicos. Em "Asas", a nova versão de " Belo Horror", que gravou em 73, e que lembra escancaradamente "Close to the Edge", do grupo progressivo Yes, Guedes usou o "Fantasy", que praticamente reproduz o solo de Steve Howe na suíte "Soon". "Só que o Howe fazia aquilo na guitarra", reconhece ele. (PV) Disco: Dias de Paz Artista: Beto Guedes Lançamento: Sony Music Quanto: R$ 18 (em média) Texto Anterior: Beto Guedes deixa 'invernada' e lança CD Próximo Texto: Velha guarda comanda concerto-tributo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |