São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente libera gastos de ministérios

VIVALDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso autorizou ontem os ministérios a planejar seus gastos no segundo semestre sem levar em conta o corte de 12% anunciado no primeiro semestre. Esse corte é adicional ao corte de 15% e que será mantido no Orçamento deste ano.
A possibilidade de os ministérios aumentarem seus gastos no segundo semestre coincide com o início da campanha presidencial. No caso do Ministério da Saúde, não haverá nenhum corte, ou seja, poderão ser utilizados todos os recursos já previstos no Orçamento.
O corte de 12% havia sido adotado como forma de adequar os gastos orçamentários à arrecadação dos tributos federais. Na época em que o corte foi adotado, no início do ano, o governo deixou claro que ele poderia não ser aplicado caso houvesse recursos.
Até agora, o corte de 12% não foi aplicado integralmente -houve um corte de 7,69% em maio e junho.
O corte de 15%, uma das medidas adotadas no ano passado pelo governo para combater os efeitos da crise asiática, não foi aplicado apenas na área da Saúde. O de 12% deixou de fora somente os gastos das áreas de Saúde e Educação.
Pelas regras fixadas, os ministérios poderão programar os gastos de acordo com o limite autorizado pela área econômica e não mais pelo orçamento financeiro, que inclui os recursos efetivamente liberados. Mesmo assim, não há garantia de que serão liberados os recursos autorizados.
Dessa maneira, os ministérios poderão planejar melhor suas despesas, disse o secretário do Tesouro. Se os recursos não forem liberados, porém, com essa mudança, os ministérios poderão transferir para 1998 um estoque de dívidas a pagar. Guimarães disse que isso é possível, mas o governo pode evitar essa transferência.
A mudança nas regras de liberação dos recursos orçamentários foi feita após reclamações dos técnicos de diversos ministérios. Eles reclamaram que estava difícil fazer as previsões de gastos porque não sabiam quanto poderiam gastar nos próximos meses.
No caso do Ministério da Saúde, as despesas com programas e investimentos vão ficar em R$ 12,687 bilhões, não incluídas aqui as despesas de R$ 937 milhões com recursos próprios.
Desde que o corte de 15% no Orçamento foi anunciado, o governo informou que não seria aplicado na área da Saúde.
Agora, disse ele, os demais ministérios poderão planejar seus gasto sem incluir o corte de 12%, mas os recursos só serão liberados se houver dinheiro.
"Alavanca eleitoral"
O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que os programas sociais do governo nunca foram utilizados como "alavanca eleitoral" e elogiou a atuação dos ministros da Saúde.
"O governo tem feito empenho máximo para que os ministros da Saúde não transformem o ministério em alavanca eleitoral", disse FHC. "Nenhum deles transformou o social em alavanca eleitoral: nem os ministros da Saúde, da Educação, da Reforma Agrária e das outras áreas sociais."

Colaborou a Sucursal de Brasília

Texto Anterior: Governo amplia seguro
Próximo Texto: Itamar admite disputar Presidência
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.