São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 1998
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Laboratório da pílula diz não temer blitz

CARLA CONTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A direção do laboratório Schering do Brasil, que produz a pílula Microvlar, afirmou ontem não temer nova vistoria de técnicos da Vigilância Sanitária, que está prevista para começar hoje.
Anteontem o ministro da Saúde, José Serra, determinou a interdição da empresa por cinco dias por causa das pílulas de farinha que chegaram ao mercado após suposto roubo de mercadoria. A medida foi tomada após a Vigilância de São Paulo ter autorizado a colocação no mercado de novos lotes da Microvlar em nova embalagem.
"Entendemos que, se o ministro quer se certificar de quais são as condições de nossa empresa, ele está certo, está no papel dele", afirma Sandra Abrahão, diretora médica do laboratório.
A empresa confirma que houve alguma irregularidade, mas não sabe dizer qual foi. Segundo a empresa, uma equipe técnica acompanhou todo o processo -desde o teste das embalagens até a incineração- e afirmou não ter sido percebida nenhuma irregularidade. "Como as pílulas chegaram às farmácias ainda é um mistério", afirma Sandra. No dia 19 foi aberto um inquérito policial para investigar o suposto extravio da mercadoria. A empresa chegou a receber uma carta anônima no dia 20 de maio, com uma cartela de pílula, dizendo que anticoncepcionais ineficazes podiam estar no mercado. Após análise, foi verificado que aquela pílula pertencia ao lote usado no teste.
No dia 1º de junho, uma consumidora ligou, alegando ter ficado grávida enquanto usava o anticoncepcional, mas a Vigilância só foi comunicada do caso no dia 20, após reportagem na TV Globo.
Segundo a Vigilância, a empresa deveria ter comunicado o problema antes. O laboratório alega que demorou para notificar o caso por causa dos testes que estavam fazendo para verificar se a pílula era do lote das feitas com farinha.
O laboratório já foi autuado e pode receber multa de até R$ 2 mil.

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