São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 1998
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Paulistano perde R$ 350 mi no trânsito

CRISTIANA NEPOMUCENO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os congestionamentos em São Paulo geram um desperdício de R$ 350 milhões por ano. Presos nos engarrafamentos, os paulistanos perdem 200 milhões de horas e desperdiçam quase o mesmo número em litros de gasolina.
É o que mostra um estudo feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em convênio com o Banco Mundial.
O trabalho analisou o impacto dos congestionamentos na economia urbana em dez cidades brasileiras e considerou os custos da poluição, dos ônibus em excesso e do desperdício de tempo, de combustível, de dinheiro e de vida dos passageiros e motoristas.
Segundo o estudo do Ipea, o sistema viário de São Paulo está saturado. A velocidade média ponderada dos automóveis no pico da tarde é de apenas 17 km/h.
"A situação em São Paulo é tão crítica quanto a de Tóquio (Japão) ou de Jacarta (Indonésia)", afirmou Iêda Maria de Oliveira Lima, coordenadora do estudo.
Para quem anda de ônibus em São Paulo a situação não é melhor. Os coletivos circulam a menos de 20 km/h nos horários de pico e gastam 37% de tempo a mais do que seria necessário em um tráfego normal.
Segundo Iêda Lima, para assegurar regularidade no transporte coletivo seria preciso aumentar a frota de ônibus na cidade em 36%, o que geraria um impacto de 16% no custo do transporte.
Nas dez cidades estudadas, o custo do desperdício gerado pelos engarrafamentos é de R$ 500 milhões. Os usuários de automóveis nas dez cidades gastam 240 milhões de horas nos congestionamentos e poderiam economizar 251 milhões de litros de gasolina se não ficassem tanto tempo parados. Segundo Fernando Rezende, presidente do Ipea, o dinheiro desperdiçado com os congestionamentos contribuiu para aumentar o custo Brasil.
Um outro estudo feito também pelo Ipea em algumas empresas da região metropolitana de São Paulo mostrou que há uma perda de 14% a 20% da produtividade quando o empregado gasta de 40 a 80 minutos nos congestionamentos.
O trânsito de melhor qualidade é o de Brasília. Os habitantes da cidade conseguem uma velocidade média de 44 km/h nos momentos de pico. Mesmo nos horários mais tumultuados, 68% das vias de Brasília estão ociosas.
Juiz de Fora, Curitiba e Porto Alegre também se destacam pela qualidade no trânsito.
Em compensação, no Rio de Janeiro a velocidade média dos carros é de 23 km/h e a dos ônibus, 17 km/h, números semelhantes aos de São Paulo. Os cariocas gastam, em média, 30% a mais de tempo para chegar em casa depois do trabalho.

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