São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 1998
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Testemunha continua sumida

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A testemunha-chave do massacre de Francisco Morato continua foragida. Sandroval Marques, um dos quatro sobreviventes da chacina, enganou a polícia e sumiu.
Após o crime, Marques foi internado no Hospital de Clínicas Franco da Rocha. Segundo a polícia, ele estaria com escolta.
No mesmo dia do crime, à noite, o sobrevivente deu um depoimento preliminar à polícia, no qual contou que foi o primeiro a ser baleado. Ele chegou a fazer uma descrição de um dos três atiradores.
Dois dias depois, policiais voltaram ao hospital para fazer um novo interrogatório. No entanto, foram informados que Marques havia recebido alta no dia anterior.
Na última segunda-feira, foi decretada a prisão temporária de Marques, pedida pelo delegado Alfredo Antonio Grimaldi.
Marques seria segurança de Renato Girão, um dos mortos na chacina. No domingo anterior ao massacre, Girão teria assassinado Paulo Roberto de Oliveira. Marques teria participado do crime.
Além da suspeita de que a chacina tenha sido praticada por PMs, a outra hipótese para o massacre seria uma guerra de gangues -pessoas ligadas a Oliveira teriam vingado sua morte. A polícia acha que Marques conhecia os atiradores.
Segundo a Folha apurou, a polícia já sabia do envolvimento de Marques no assassinato de Oliveira na tarde do dia da chacina. O que mais intriga nessa história é o fato de sua prisão ter sido decretada apenas na última segunda, quando ele já havia sumido. O promotor Adalberto Denser de Sá Júnior vai conversar hoje com Grimaldi sobre esse assunto.
(CA)

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