São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 1998
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Ladrões roubam e ferem um homem em vagão de metrô

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O azulejista Grigorio Evangelista de Souza, 57, foi baleado ao ser assaltado dentro de um vagão do metrô, no centro de São Paulo, na manhã de ontem.
Sem que ele tivesse reagido, os ladrões atiraram contra seu rosto. Souza foi atingido na boca.
Naquele momento, havia cerca de 300 pessoas no vagão -em movimento entre as estações São Bento e Sé-, que foram ameaçadas pelos ladrões.
Quando o trem parou, os assaltantes fugiram correndo pela plataforma da estação Sé.
Os assaltantes eram três ou quatro homens, que haviam seguido o azulejista e lhe roubaram R$ 3.400. O crime aconteceu às 10h36 e paralisou durante cinco minutos a linha norte-sul.
A bala que atingiu Souza ficou alojada no maxilar superior. Os médicos que o atenderam colocaram-no em observação para decidir se a extraíam ou não. Segundo a polícia, ele não corre risco de vida.
Tiro sem motivo
O azulejista entrou na fila do banco, pegou o dinheiro e o colocou em um envelope. Em seguida, saiu da agência e foi em direção à estação São Bento do metrô.
"Ele deve ter sido seguido pelos assaltantes, pois foi o único passageiro abordado no vagão", afirmou a delegada.
Segundo ela, um dos ladrões deve ter visto Souza sacar o dinheiro e avisado os companheiros.
O azulejista pegou um metrô que ia em direção ao Jabaquara (zona sudoeste) e os ladrões entraram no mesmo vagão.
Um deles, que parecia ser o líder, anunciou o roubo e mandou que todos os passageiros ficassem quietos. De acordo com agentes de segurança do Metrô, havia cerca de 300 pessoas no vagão.
Para as pessoas que estavam próximas do ponto em que Souza foi assaltado, ele foi baleado sem motivo aparente.
O homem que parecia o líder dos ladrões, armado, se aproximou do azulejista, que estava sentado em um banco, e arrancou o envelope que ele levava.
"Após o tiro, ele mandou todo mundo ficar quieto", disse a delegada, que ouviu quatro mulheres que viram o assalto -duas estudantes, uma auxiliar de enfermagem e uma inspetora de seguros.
Quando o grupo correu pela estação Sé, os passageiros chamaram a segurança do Metrô, mas nenhum dos ladrões foi detido.
Os seguranças não souberam dizer se os assaltantes saíram da estação ou se eles apanharam um outro trem.
O vagão do metrô onde o crime ocorreu foi esvaziado e estacionado no pátio do Jabaquara, onde seria analisado pela perícia técnica do Instituto de Criminalística.
As quatro testemunhas do crime tentaram, mas não conseguiram reconhecer ontem à tarde o suposto líder dos ladrões nos álbuns fotográficos da polícia. Branco, ele teria 1,8 m de altura, cabelos claros e pareceria ter 23 anos.
Também não souberam descrever os outros integrantes do grupo. A Delegacia de Polícia do Metropolitano abriu inquérito para apurar o caso, mas não tinha pistas da identidade dos criminosos até as 23h de ontem.

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