São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 1998
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Argentina evita 'carrasco' de 94

RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A BORDEAUX

Vitória hoje contra a Croácia desvia argentinos da Romênia, que eliminou o time na última Copa

Uma seleção argentina "à italiana" enfrenta a Croácia, hoje, em Bordeaux, para decidir o primeiro lugar do Grupo H. Uma vitória provavelmente evita que os argentinos enfrentem a Romênia, rival que os tirou da Copa de 94.
O apelido "à italiana" deve-se ao fato de que mais da metade da equipe joga em clubes italianos, e seu técnico, Daniel Passarella, tem o sonho, que confessa todo o tempo, de treinar uma equipe da península. A obsessão é tanta que Passarella não pára de elogiar a Juventus do técnico Marcello Lippi.
Tal é a ligação transcontinental entre atletas argentinos e clubes italianos que o assunto Copa do Mundo ganha por pouco, na concentração da equipe, do segundo tema mais comentado, o "calciomercato", expressão italiana para a temporada de compra e venda de atletas, que é justamente agora.
O atacante Gabriel Batistuta, por exemplo, quer a todo custo sair da Fiorentina, afirmando que o clube tem montado equipes que não têm chance de ganhar o "scudetto", a taça italiana.
Seu destino seria o Parma, onde já jogam o atacante Hernán Crespo e o zagueiro Roberto Sensini. Porém, outro centroavante argentino, Abel Balbo, está mais próximo do time parmesão, abandonando a Roma, onde brigou com o técnico.
Caso isso se confirme, Batistuta poderia ir para o Barcelona, ser companheiro dos brasileiros Rivaldo, Giovanni e Anderson -jogador que poderia substituir.
Com Balbo no Parma, Crespo teria de se transferir. A Juventus já recusa Crespo mais dinheiro pelo passe de Filippo Inzaghi.
Dentro das possibilidades, Claudio López e Ariel Ortega -ambos do Valencia, da Espanha- devem trocar de time.
O clube espera que eles se apresentem bem na Copa para valorizar seus passes. O futuro, em caso de sucesso na França, poderia ser o Milan para os dois, segundo a imprensa italiana.
O certo mesmo são as transferências do zagueiros José Chamot -da Lazio para o Atlético de Madrid- e Roberto Ayala -do rebaixado Napoli para o Milan- e Sebastián Verón -da Sampdoria para o Parma.
Para aumentar ainda mais a sensação de "estar em casa" no continente europeu, o time quer vencer o jogo de hoje para poder jogar em Saint-Étienne, próximo à concentração da seleção em território francês.
"Queremos terminar em primeiro no grupo porque jogaríamos o próximo jogo em Saint-Étienne. Seria uma festa para nós e para o povo da cidade que nos recebeu", disse Passarella.
Balbo
O jogo de hoje definirá, além do local, o adversário da próxima partida. O primeiro lugar do grupo provavelmente evitaria um confronto, já nas oitavas-de-final, com a Romênia, seleção que eliminou os argentinos na última Copa.
Apesar da importância do jogo, Passarella terá muitas mudanças na equipe, algumas simplesmente para poupar jogadores, caso de Chamot, com um cartão amarelo. Outras serão definidas por contusões, como a de Sensini, que, contundido, também dá seu lugar.
No ataque, Passarella faz mistério. Batistuta é o único certo na linha de frente. Seu companheiro será escolhido entre Balbo, hoje na reserva, Ortega, que atuava no meio-campo, e o atual titular, Claudio López, que nos últimos dois jogos foi substituído ao final da partida.

Com agências internacionais

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