São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998
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'Povo' importa mais do que PMDB, diz FHC

BERNARDINO FURTADO
ENVIADO ESPECIAL A JARAGUÁ DO SUL

Radiante com recepção montada pela Prefeitura de Jaraguá do Sul (SC), o presidente Fernando Henrique desdenhou ontem o potencial impacto na sua campanha de uma possível não-adesão do PMDB.
"Eleição a gente ganha com o povo. É claro que eu não quero desprezar nenhum partido e muito menos o PMDB, que é um grande partido. Eu não estou mais empenhado nisso (em obter a adesão do PMDB), porque vejo que há muita divisão interna no PMDB."
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) suspendeu anteontem a convenção do PMDB convocada pelos governistas, que decidiria o apoio a FHC. A Justiça declarou válido apenas o encontro marcado para hoje pelo presidente do partido, deputado Paes de Andrade (CE), que lidera os que defendem candidato próprio.
O presidente, no entanto, demonstrou estar confiante no apoio, ainda que não oficial, da maioria dos peemedebistas. "Eleição a gente ganha é com o povo, mas, eu espero, a maioria do PMDB está comigo."
Tempo na TV
Ele também minimizou o prejuízo para sua campanha da possível perda de tempo no horário eleitoral gratuito em virtude da não-adesão oficial do PMDB à coligação eleitoral PSDB-PFL-PPB.
Ele deu a entender que considera muito mais importante o espaço que já tem na mídia decorrente da sua condição de presidente da República. "Não sei qual vai ser o tempo (no horário eleitoral gratuito). Acho que temos tempo de sobra para nos comunicarmos com o país esses anos todos", disse, tropeçando no tempo verbal. Deixando mais claro o raciocínio, ele afirmou que "candidato à reeleição não está muito preocupado com tempo de TV".
Ao ser questionado sobre a disputa para o governo de Santa Catarina, onde tem o apoio tanto do governador Paulo Afonso (PMDB), candidato à reeleição, quanto do senador Esperidião Amin (PPB), candidato apoiado pelo PFL, FHC disse que não considerava importante essa questão.
"Não estou preocupado com esse negócio de palanque. O problema hoje, do mundo de hoje, são vocês (a imprensa)." Segundo FHC, o que importa é "a comunicação com a população por meio da mídia e o contato direto com a população". Em Jaraguá do Sul, numa visita que durou cerca de três horas, FHC foi recebido por centenas de crianças empunhando bandeirinhas do Brasil. Ele se entusiasmou e se esforçou para tocar no máximo de pessoas que pôde.

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