São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998
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RECEITA PARA ELEGER FHC

Intenção de voto: 33%
Rejeição a FHC: 27%
DESEMPREGO
Taxa de desemprego 18,9% na região metropolitana de SP, segundo o Dieese
O DIAGNÓSTICO: é o grande problema para todas as classes, pró ou contra FHC. Todos querem ações efetivas e demonstração de preocupação. Para os mais críticos, a classe média está acabando, não há mais chances para os idosos e desqualificados e FHC viaja demais e se preocupa de menos com o problema. Quem vota em FHC acha que a crise é global, que a solução é lenta e que a abertura do país agravou o desemprego
A RECEITA
- Demonstrar maior preocupação nos discursos, mesmo que as soluções adotadas não surtam efeito até as eleições
- Incentivar os setores que usam mão-de-obra intensiva e sem qualificação, como a construção civil
- Acenar com uma diminuição dos impostos das empresas, dos juros e com proteção aos setores mais afetados pela abertura
PLANO REAL
Cai a Inflação - em %
MAI 94: 42,6
MAI 95: 0,58
MAI 96: 1,55
MAI 97: 0,21
MAI 98: 0,14
Fonte: IGP-M da Fundação Getúlio Vargas
O DIAGNÓSTICO: ainda é o grande trunfo do presidente. Os opositores reconhecem que o fim da inflação foi um avanço importante. Afirmam que aumentaram o consumo depois do real. Mas há um sentimento, principalmente entre os pró-Lula, que o plano, hoje, só beneficia uma minoria. Que seu efeito inicial está passando e que agravou o desemprego. A crítica ao valor do salário mínimo é geral
A RECEITA
- Martelar nos discursos os benefícios do fim da inflação
- Nos programas eleitorais, em agosto, usar imagens que ressucitem o "pesadelo inflacionário" e que resgatem os benefícios da era pós-real
- Tentar desassociar o desemprego do real e prometer alguma revisão para o mínimo
CRISE SOCIAL
O DIAGNÓSTICO: a avaliação dos eleitores, pró ou contra FHC, é a mesma: o governo faz muito pouco para combater a seca, a miséria e para melhorar a saúde e a educação. A seca só serve a interesses políticos-eleitoriais, o dinheiro da CPMF (imposto do cheque) não vai para a saúde e a educação pública vai mal
A RECEITA
- O presidente precisa demonstrar mais interesse pelo social. Mostrar o que está sendo feito e agir logo após o surgimento de um problema
- Poderia demonstrar como está usando o imposto do cheque, que, pelo menos em parte, efetivamente vai para a saúde
- Deve mostrar exemplos de hospitais e escolas públicas que funcionam ou que tenham melhorado durante sua administração
IMAGEM
O DIAGNÓSTICO: eleitores vêem FHC como uma pessoa inteligente, culta e que representa bem o Brasil no exterior. Entre os simpatizantes, sua imagem pessoal é melhor que a de seu governo. Os pró e contra gostam de Ruth Cardoso.
Os pontos fracos são as viagens "excessivas" ao exterior e algumas "pisadinhas", como a frase em que chamou de "vagabundos" os que se aposentam antes dos 50 anos. Para os opositores, FHC é arrogante. Para seus eleitores, uma pessoa simples
A RECEITA:
- Explorar melhor a imagem de inteligente e "conhecedor dos problemas do país"
- Associar suas viagens à inserção do país no mundo moderno
- Evitar declarações que possam afetar parcelas significativas da população, como os que começaram a trabalhar mais cedo e acabaram virando "vagabundos"
- Aparecer mais ao lado de Ruth Cardoso
A frase:
"Fiz a reforma da Previdência para que aqueles que se locupletam da Previdência não se locupletem mais, não se aposentem com menos de 50 anos, não sejam vagabundos em um país de pobres e miseráveis"

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