São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998 |
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Os abençoados
NELSON DE SÁ
Foi sair um gol, logo depois outro, para tudo mudar. Os jogadores se tornaram "abençoados", expressão de Pelé. Sobrou para Roberto Carlos: - Belíssima partida de Roberto Carlos... - Este é o Roberto Carlos que nós queremos ver. Também Rivaldo, para Galvão Bueno: - Olha o esforço do Rivaldo... Também Leonardo: - Uma belíssima partida do Leonardo. Também Cafu: - Bem, Cafu. Ótimo, Cafu! Até Júnior Baiano: - Bem, Júnior Baiano. E César Sampaio, é claro: - Um artilheiro nato. Ele está chegando lá, para brigar pela artilharia da Copa! Enfim: - Surgiu o futebol brasileiro! O samba vai rolar solto! Em uma palavra, sempre de Galvão Bueno, foi um "espetáculo". De desrazão, como antes. * Até instantes antes, nos dias anteriores, era o oposto. Júnior Baiano, por exemplo, foi tão questionado pelo "consenso fabricado" que sua família foi ameaçada, como antes já havia sido a família de Zico. A casa do zagueiro foi apedrejada, levantando a sombra do colombiano Escobar, assassinado por um gol contra. * Galvão Bueno quer porque quer Bebeto. O atacante foi mal, não aparecia, não disputava os lances, mas o locutor: - O Bebeto está jogando sem bola... O Bebeto, esperto, não foi disputar o lance. Chegou a ver, no pênalti: - A participação do Bebeto, a jogada de Bebeto. O atacante havia participado, de fato, mas perdendo a bola. Quando Denílson estava para entrar, o locutor forçou os comentaristas a pedir a saída de Rivaldo. E quando o atacante saiu: - Bela partida do Bebeto. E-mail: nelsonsa@uol.com.br Texto Anterior: Allegro ma non troppo Próximo Texto: Allegro ma non troppo Índice |
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