São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vigilância apreende veneno proibido

Não há registro de casos de intoxicação

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Fiscais da Vigilância Sanitária apreenderam em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, 2.993 frascos do raticida Mão Branca, cuja comercialização está proibida pelo Ministério da Saúde por ser altamente tóxico.
Em duas semanas de blitze na cidade, o veneno foi encontrado em 28 estabelecimentos comerciais, às vezes sob o nome de Era Rato.
Comerciantes flagrados disseram não saber se tratar de produto altamente nocivo à saúde humana.
A determinação para apreensão partiu da Secretaria da Saúde do Estado, em comunicado para todos os escritórios regionais.
Segundo a diretora da Vigilância Sanitária da DIR-22 (Direção Regional da Saúde), Mara Lúcia Soler, 36, o Mão Branca contém a substância monofluoracetato de sódio-1080, que pode levar à morte se for ingerida ou inalada.
Segundo ela, não há registro de caso de intoxicação humana com o veneno desde o início de sua comercialização na região, há mais de um mês.
Ela disse que em duas semanas terá o resultado das blitze feitas nos outros 95 municípios da DIR-22. Todos os produtos apreendidos serão enviados para a Vigilância Sanitária do Estado para destruição.
O raticida proibido é vendido em forma líquida, de cor azul, e não tem registro no Ministério da Saúde, segundo o diretor da Vigilância Sanitária de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo), Cássio da Silva Mello.
Além de altamente tóxico, apresenta procedência duvidosa. Segundo a direção da Vigilância Sanitária da DIR-22, o nome do fabricante não aparece nas embalagens ou, quando está impresso, o endereço é falso.
"Temos rótulos que indicam fabricação em São José do Rio Preto, às vezes em Assis (SP), outras vezes em Curitiba (PR). Achamos que é clandestino", disse a diretora Mara Lúcia.
Os comerciantes disseram aos fiscais não ter notas de compras, o que dificulta o acesso e penalidade aos distribuidores do veneno.
Cássio Mello recomenda a quem tenha comprado o raticida que procure a Vigilância Sanitária. Em caso de contato com o veneno, a pessoa deve procurar um médico imediatamente.

Texto Anterior: Recomendações para compra de medicamentos
Próximo Texto: Epidemia de cesarianas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.