São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 1998
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Venda a prazo perde força em São Paulo

Crescem consultas ao Telecheque

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A venda a prazo, que movimentou a economia nos primeiros anos do Real ao estimular o consumo e a produção, perdeu força.
Em junho, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) constatou que a procura pelo crediário praticamente se estabilizou na comparação com igual mês de 97. Até então vinha crescendo.
A venda à vista, que inclui os negócios com cheques pré-datados, deu um salto de 28,1% no período. "O crediário, que era o motor da economia, perdeu fôlego", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP.
Junho, como já era esperado, foi um mês mais fraco do que maio tanto na venda a prazo quanto na à vista. O número de consultas ao SPC e ao Telecheque caíram pouco mais de 9% no período.
Isso, segundo Alfieri, se explica pelo fato de o Dia das Mães movimentar mais o comércio do que o Dia dos Namorados. E mais: os jogos da Copa do Mundo acabaram tirando os consumidores das ruas.
A economia, na análise do economista, está desaquecida. Para que que esse quadro se altere, diz, é preciso que o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que hoje é de 15%, diminua.
O comércio está tentando ao máximo estimular a venda à vista ou em prazos mais curtos e isso pode ser sentido pela aceitação do cheque pré-datado pelas lojas.
Levantamento da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP) mostra que neste mês 89,9% dos lojistas da região metropolitana trabalham com essa forma de pagamento. Em maio, esse percentual era 85,3%.
Para os lojistas, é preferível vender a prazo com cheque pré-datado do que com carnê, pois no cheque, segundo eles, a inadimplência é menor e, geralmente, o prazo de pagamento é mais curto.

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