São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 1998
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Emissoras vão definir o padrão de HDTV

RUI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) vai permitir, a partir de julho, que as redes de televisão façam novos testes na área de TV de alta definição (HDTV ou High Definition Television).
O objetivo da agência, segundo seu presidente, Renato Guerreiro, é definir qual o padrão de transmissão que o Brasil deverá adotar. No mundo, há hoje três padrões de transmissão e recepção em HDTV -o europeu (DVB), o norte-americano (ASTC) e o japonês.
Até agora, apenas dois experimentos publicamente divulgados foram feitos na área no país.
Para que realizem tais experimentos, as emissoras necessitam realizar a transmissão através de canais UHF, cuja concessão provisória depende da Anatel.
A Globo, no dia 7 de junho, transmitiu de Paris imagens digitais, receptadas por aparelhos de HDTV em São Paulo.
A Record, no dia seguinte, promoveu uma apresentação para o público especializado no Memorial da América Latina (SP).
Guerreiro afirmou, em coquetel promovido pela ABTA (Associação Brasileira das TVs por Assinatura), em São Paulo, na última quinta, que a entidade vai liberar em julho mais experimentos.
"Vamos expedir, a partir do mês que vem, regulamentações específicas que permitam novas experiências. Queremos que as emissoras escolham residências e instalem TVs em alta definição, para que a população possa acompanhar o processo", disse.
O presidente admitiu que a escolha se dará em conjunto com o setor (as emissoras), mas que a Anatel apenas acompanhará os testes das redes de TVs. Com isso, a decisão da escolha do padrão ficará a cargo das próprias emissoras.
"A Anatel não vai montar uma estação de TV para fazer testes. Os funcionários da agência não sabem como operar uma emissora", admitiu.
O governo norte-americano teve uma participação mais efetiva na escolha do padrão a ser adotado. Nos EUA, todas as grandes empresas que fabricam aparelhos de TV, de transmissão e operação, além das emissoras, foram convocadas para discutir o assunto.
Dessa reunião, surgiu o sistema ATSC. Como prazo, ficou estabelecido que todas as redes norte-americanas terão até 2006 para passar a transmitir sinais no sistema.
Segundo Guerreiro, em "seis ou oito meses o Brasil já saberá qual sistema vai adotar". "A única coisa que posso afirmar antecipadamente é que não será um sistema único, exclusivo."
Atualmente, as emissoras no Brasil operam em sistema Pal-M, padrão distinto da maioria dos países europeus, EUA e Japão.

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