São Paulo, sábado, 11 de julho de 1998
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Distribuidoras triplicam em 11 anos no Rio

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Entre 1987 e o primeiro semestre de 1998, o número de farmácias e drogarias inscritas no CRF (Conselho Regional de Farmácia) do Rio de Janeiro dobrou, e o número de distribuidoras de remédios no Estado triplicou (de 81 para 278).
A presidente do CRF, Guacira Corrêa de Matos, diz que a explosão de farmácias aconteceu no final dos anos 80, quando caiu a norma que proibia a existência de mais de uma farmácia num raio de 500 metros.
"Assim, o Rio acompanhou o padrão nacional. O Brasil tem quase 50 mil farmácias, muito mais do que o recomendável. Isso dificulta a fiscalização, estimula a automedicação e reflete uma visão apenas comercial da venda de medicamentos", afirma.
O número de farmácias -mesmo exagerado- pode ser ainda maior que as 3.854 inscritas no CRF. Existe um número não definido de farmácias clandestinas, que pode ser estimado com base nas fiscalizações do conselho.
Só nos últimos 18 meses, o CRF multou 281 farmácias e distribuidoras irregulares, sem farmacêutico, sem registro na entidade e sem cadastro na Vigilância Sanitária.
Os maiores problemas foram verificados no interior, onde o trabalho de fiscalização é mais difícil. No primeiro semestre de 1998, o CRF encontrou 74 farmácias irregulares no interior e 11 na capital.
Os nomes dos estabelecimentos foram entregues à Vigilância Sanitária porque o conselho não tem poder de polícia para fechar farmácias irregulares. Desde maio, a Vigilância interditou cerca de 70 farmácias e três distribuidoras.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos, Rui Marins, disse que não pode regular o surgimento de novos estabelecimentos porque isso seria função do Estado. "Também somos prejudicados pelos clandestinos e irregulares."
A secretária de Estado de Saúde, Rosangela Bello, concorda que o número de farmácias é exagerado, mas diz que o Estado não pode agir, só fiscalizar. "Temos de ser mais rigorosos ainda, porque as farmácias querem vender até refrigerante. Se os supermercados quiserem vender remédios, as farmácias não vão gostar."

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