São Paulo, sábado, 11 de julho de 1998
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Polícia busca sobrevivente de maníaco

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo está investigando o caso de três mulheres que podem ter escapado do maníaco sexual que estaria agindo na mata do Parque do Estado (zona sul de São Paulo).
As três mulheres telefonaram ontem para o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Um delas é V.C., 18, que disse ter escapado de um estuprador no km 16 da rodovia dos Imigrantes em 12 de maio de 96.
O criminoso estava dirigindo um Santana. Na época, a vítima procurou uma delegacia em Diadema (Grande São Paulo), mas não registrou o caso.
Um dos limites do Parque do Estado, onde o maníaco deixou os corpos de suas vítimas, é a rodovia dos Imigrantes. Os detalhes dos casos das outras mulheres não foram divulgados pela polícia.
Desde 29 de janeiro deste ano, os corpos de seis mulheres com aparentes sinais de violência sexual foram encontrados despidos -quatro só com calcinha- no meio da mata. Só duas foram identificadas: a vendedora Raquel Mota Rodrigues, 23, e a balconista Selma Ferreira Queiroz, 18.
A principal suspeita da polícia é que os seis crimes estejam ligados e que assassino seja um maníaco sexual. Para a polícia, esse homem é jovem, atraente e atrai as vítimas propondo que elas posem para fotos de catálogos de cosméticos.
Roupas na mata
Uma varredura feita pela polícia encontrou roupas e calçados femininos na região em que foram achados os corpos das mulheres.
A operação para achar pistas dos crimes começou anteontem e terminou ontem. Ela foi feita pelo COE (Comando de Operações Especiais) da PM e pelo DHPP.
Ao todo, 30 homens participaram das buscas -25 deles do COE. "Dividimos a mata em setores a partir dos locais em que os corpos foram achados", disse o tenente-coronel Jairo Paes de Lira.
Agora, a polícia tentará saber se as roupas pertenciam ou não às vítimas. A peça que estava em melhor estado era uma miniblusa.
Além disso, o DHPP obteve três anéis e um par de brincos que estavam com uma das duas mulheres achadas na segunda-feira.
Outra pista é o fato de as duas vítimas identificadas terem passado por Pinheiros (zona sudoeste) antes de desaparecerem.
Raquel havia ido a uma loja de móveis, na rua Teodoro Sampaio. Selma deveria passar pelo bairro para voltar para casa, em Cotia (Grande São Paulo).
Além dessas pistas, a polícia está checando as denúncias anônimas que estão sendo feitas por telefone. "Já recebemos algumas informações que estão sendo investigadas", disse o delegado Euclides Batista de Souza, titular da 1ª Delegacia de Homicídios do DHPP.

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