São Paulo, sábado, 11 de julho de 1998
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Brasil na final da Copa empurra vendas

ANDRÉ SOLIANI
DA REPORTAGEM

A chegada do Brasil ao final da Copa alavancou as vendas de vários produtos. A cada jogo vitorioso, vendedores ambulantes, cervejarias, fabricantes de fogos de artifícios e agências de publicidade comemoraram o incremento dos negócios.
Para as cervejarias, o mega-evento esportivo quebra a sazonalidade do consumo, que se concentra no verão, afirma Carlos Alberto Poletini, diretor de marketing da Antarctica.
As vendas das cervejas da Antarctica cresceram 10% em junho, em relação a igual período de 97. Em relação a maio houve um acréscimo de 8%.
A empresa espera uma corrida aos pontos-de-venda neste fim-de-semana, em que o Brasil disputa a final. "Vamos fazer várias ações de merchandising", diz Poletini. Neste mês, o consumo cresceu 5% em relação a 97.
A Kaiser, que investiu US$ 15 milhões na campanha publicitária da Copa, teve crescimento de 15% em junho deste ano, em relação a junho do ano passado.
Para Renato Secco, gerente da Kaiser, foi o momento que o mercado de cervejas voltou a crescer, depois de um primeiro semestre parado.
"As pessoas se juntam e bebem para comemorar", diz Secco.
Nos supermercados os bons resultados se repetem. Nas redes Pão de Açúcar e Extra, as vendas de cerveja aumentaram 80% nos primeiros dias de julho, em relação ao mesmo período de 97. Os refrigerantes tiveram um consumo 15% superior.
No Carrefour, a venda de salgadinhos, carnes para churrasco, bebidas, ingredientes para feijoada e "kit torcedores" crescem até 20% na véspera do jogo, segundo a diretoria da rede.
Além comer e beber, os torcedores gostam de fazer barulho.
Claudio Soares, proprietário da China Show, especializada em fogos de artifício, viu as vendas de baterias de tiros (dispara 468 estampidos simultâneos) crescerem 30% em junho deste ano.
"No ano passado eu vendia entre 80 e 120 baterias de tiro nos finais de semana", estima Soares, que chega a vender 160 este ano.
Além da economia formal, a economia informal também vem participando da festa. Antônio Briana tem uma banca na rua 25 de Março. Antes da Copa ele vendia bonecos e bonés. Ganhava, nos melhores dias, R$ 400.
"Agora chego a fazer R$ 1.200", diz Briana. Ele teve de contratar três ajudantes para atender à clientela.
"Pena que acaba no domingo", reclama Briana.

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