São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998
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França, grande campeã

JUCA KFOURI

Foi justo, foi indiscutível, foi impecável.
O título francês é inapelável.
A equipe anfitriã em nenhum momento foi auxiliada pelas arbitragens nesta Copa.
Ganhou jogando com seu time misto da mesma Dinamarca que impôs tanta dificuldade à seleção brasileira.
Derrotou o Paraguai, que era muito mais difícil que o Chile.
Eliminou a tricampeã Itália sem correr um risco de sofrer gol.
Derrotou a Croácia, que ganhou da Holanda, que empatou com o Brasil.
E teve Zidane, num primeiro tempo impecável no Stade de France, não só pelos gols, mas pelo comando e precisão demonstrados.
A seleção brasileira, ao contrário, fez um primeiro tempo apático, como se não tivesse disputando uma final de Copa.
A rigor, só Taffarel, Cafu, Dunga e César Sampaio se salvaram.
Era demais para Ronaldo, em seu sétimo sacrifício.
Para piorar, outra vez Roberto Carlos brincou, outra vez possibilitou, no escanteio, o gol francês.
E Dunga apontava que Zidane vinha para o cabeceio. Em vão. Só Leonardo disputou com ele.
Depois foi a vez de Júnior Baiano facilitar. E, no segundo escanteio, depois de mais um milagre de Taffarel, novo gol.
Jamais um time virara um resultado desses numa final de Copa do Mundo.
Não seria desta vez, apesar de a seleção brasileira ter voltado melhor, com Denílson no lugar do entortado Leonardo.
A França, é verdade, tratou de administrar o jogo até fazer, como um autêntico campeão, o gol final, com Petit, o grande.
Ao futebol brasileiro cabe o consolo da missão cumprida, de ter chegado à final que parecia uma miragem antes da Copa.
E acaba o século de maneira insuperável, quatro vezes campeão, duas vice, uma em terceiro e uma em quarto lugar em 16 Copas. Convenhamos, é muita coisa.
Nesta terça-feira, "Saddam", como Ricardo Teixeira chama FHC desde que a Lei Pelé foi aprovada, numa alusão óbvia ao déspota iraquiano Saddam Hussein, recebe os legítimos e gloriosos vice-campeões mundiais de futebol.
Deu "Z", de zebra.

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