São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998
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Derrota atrapalha planos da Nike

ALEXANDRE GIMENEZ; JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO; MARCELO DAMATO; MÁRIO MAGALHÃES; NOELLY RUSSO; RODRIGO BERTOLOTTO
DOS ENVIADOS A SAINT-DENIS

A derrota da seleção brasileira na França e o fracasso pessoal do atacante Ronaldinho na final fizeram com que a empresa norte-americana Nike perdesse terreno na "guerra" que está patrocinando contra seus concorrentes no setor, em especial a Adidas.
A empresa alemã é patrocinadora oficial da Copa do Mundo da França e a marca com a maior presença no futebol.
Mesmo sendo a maior empresa de material esportivo do mundo, a Nike ainda tem uma presença tímida no futebol, o esporte mais popular do planeta.
O sucesso da seleção e de Ronaldinho seriam fundamentais para a estratégia de marketing da empresa de ampliar seus lucros com o futebol.
O primeiro passo da Nike para tentar destronar a Adidas foi assinar há dois anos um contrato de patrocínio com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para vestir todas as seleções nacionais até o final de 2006. Para isso, vai pagar US$ 220 milhões.
A empresa também tem um contrato vitalício com Ronaldinho -US$ 1 milhão por ano. A Nike pretende transformar o brasileiro no herdeiro de Michael Jordan, astro da NBA (liga profissional norte-americana de basquete), em suas promoções mundiais.
Mesmo tendo contrato com outras estrelas do futebol, como Roberto Carlos, a Nike prioriza campanhas publicitárias no futebol com a imagem de Ronaldinho.
A empresa vai lançar uma grife de artigos esportivos para o atacante brasileiro chamada R9.
O primeiro artigo é a chuteira que Ronaldinho usou na Copa.
Nos anúncios publicitários da chuteira, uma das preocupações da empresa é mostrar que o calçado é fabricado na Itália.
A intenção da empresa é afastar de Ronaldinho as acusações que pairam sobre a Nike, de que a empresa utiliza fornecedores que exploram mão-de-obra infantil em países de terceiro mundo.
Na seleção brasileira, a Nike patrocina 12 jogadores. Seis têm contrato com outras marcas esportivas. Outros quatro não têm contrato de patrocínio individual.
No início da preparação da seleção para a Copa da França, a empresa fez uma proposta para os "sem chuteiras".
Apenas César Sampaio aceitou. A proposta previa que o jogador só receberia algum dinheiro se jogasse no mínimo 30 minutos por partida.
(AGz, JCA, MD, MM, NR e RB)

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