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Dianne Reeves canta a tradição do jazz

Cantora se apresenta hoje em São Paulo acompanhada de seu trio e do violonista brasileiro Romero Lubambo

Norte-americana fala da influência de Milton Nascimento, Sergio Mendes, Airto Moreira e Flora Purim em sua obra

Eva Hambach - 4.ago.12/France Presse
A cantora americana Dianne Reeves em apresentação em Newport Jazz Festival
A cantora americana Dianne Reeves em apresentação em Newport Jazz Festival

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Interpretando música brasileira, standards americanos e temas próprios, Dianne Reeves é uma cantora que remete a tradições, sem necessariamente se estagnar nelas.

Aos 55 anos, há mais de 30 gravando e se apresentando, tornou-se uma estrela nos anos 1980 e até hoje segue como um dos principais nomes do jazz contemporâneo.

Ao lado der Peter Martin (piano), Chris Thomas (contrabaixo), Terreon Gully (bateria) e do brasileiro Romero Lubambo (violão), apresenta-se hoje em São Paulo. Por telefone, do Colorado (EUA), ela falou sobre sua música.

Folha - É um prazer especial cantar no Brasil?
Dianne Reeves - O Brasil é um lugar tão musical e rico que a música é algo além do entretenimento, é parte da vida. As letras, melodias, harmonias, ritmos, todas essas coisas acompanham as pessoas, é algo que você sente.

A música brasileira foi uma influência desde cedo?
Cresci no meio dos Estados Unidos, em Denver, no Colorado, e, quando ouvi o álbum "Native Dancer", de Wayne Shorter com Milton Nascimento, fiquei chocada. Não entendia as letras, mas soava muito bem. Pensei comigo: "De onde vem essa música?". Então, quando me mudei para Los Angeles, trabalhei com Sergio Mendes por cerca de dois anos e cantei muita música brasileira.
Também comecei a ouvir as coisas do meu primo George Duke e pelos álbuns dele conheci Airto [Moreira] e Flora [Purim]. A música brasileira é outro aspecto da experiência africana, simplesmente está lá presente. Me sinto confortável tendo essa influência, essa inspiração na minha música.

Sua música também incorpora elementos diferentes, como soul. O que canta é essencialmente jazz?
O jazz é uma experiência negra americana em música. Uma de muitas coisas da mesma raiz, assim como gospel, R&B. Chamamos isso de "música negra americana" e essa é minha fundação. Esse galho da árvore, que as pessoas chamam de jazz, foi o que inspirou minha experiência. Mas toda essa música é a mesma coisa, apenas reinterpretada de maneiras diferentes, com diferentes sensibilidades.

Você se sente continuando uma grande tradição musical americana, de cantoras como Dinah Washington e Betty Carter?
Estou continuando essa tradição, mas o mais importante é a experiência. Você vem e faz essa música e ouve pessoas que tocam de certos jeitos e encontra similaridades, descobre que há uma linguagem comum. É tudo uma coisa só. A experiência negra americana.

DIANNE REEVES
QUANDO hoje, às 21h
ONDE Teatro Bradesco (Shopping Bourbon - r. Turiassú, 2.100; tel. 4003-1212)
QUANTO de R$ 60 a R$ 150
CLASSIFICAÇÃO 10 anos

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