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Sala São Paulo recebe pianista revelação

Em concerto beneficente hoje, armênio Tigran Hamasyan apresenta mescla jazz e música tradicional de seu país

Arista de 25 anos começou a tocar aos 3 e, aos 13, chamou a atenção de nomes importantes na Europa

Darrin Zammit Lupi - 20.jul.12/Reuters
Tigran Hamasyan, 25, que toca hoje em SP
Tigran Hamasyan, 25, que toca hoje em SP

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Estrela ascendente no cenário internacional do jazz, o pianista armênio Tigran Hamasyan, 25, traz hoje a São Paulo um repertório baseado na produção folclórica de sua terra natal.

Ele conta que a maioria das músicas que vai tocar em seu recital solo na Sala São Paulo -em benefício das crianças e adolescentes carentes com câncer atendidas pela associação Tucca- provém de seu recente álbum "A Fable" (uma fábula), gravado em Paris e lançado em 2011 pelo selo Verve.

"Eu descobri a música armênia aos 13 anos de idade, graças a músicos de jazz como Keith Jarrett e Jan Garbarek", afirma, citando o compositor místico George Gurdjieff (1866-1949) como uma de suas influências.

"Era a minha própria música, e eu não a conhecia", conta Hamasyan, que, em 2006, depois de vencer o primeiro prêmio do concurso do Thelonious Monk Institute of Jazz, diante de um júri presidido por ninguém menos que Herbie Hancock, mudou-se para Los Angeles (EUA) para estudar na universidade de South California.

"O fato de eu ter crescido na Armênia me abriu mais possibilidades para desenvolver minha linguagem utilizando um vocabulário que não é ocidental", reflete o instrumentista, que aos três anos de idade já brincava de arranhar Led Zeppelin, Queen e Beatles ao piano.

"Trata-se de uma cultura rica e forte que eu vinha ignorando. Essa produção folclórica armênia me interessou pelas melodias, pela música em si, mas a música é universal, seja ela armênia ou não", afirma.

"A música folclórica, de qualquer país, é muito importante. Tudo vem de lá, são séculos de tradição, uma coisa viva que veio se desenvolvendo ao longo dos tempos."

Em 1998, aos 11 anos de idade, Hamasyan participou do primeiro festival de jazz de Ierevan, a capital da Armênia. Aos 13, no mesmo evento, chamou a atenção de nomes como Chick Corea e Avishai Cohen, passando a se tornar conhecido na cena musical europeia.

Seu gosto musical logo se revelou eclético. Em 2009, gravou "Red Hail", no qual flerta abertamente com o rock. E também abriu espaço para as sonoridades vindas do Brasil.

"Cresci ouvindo música brasileira e, em 'A Fable', há uma canção, chamada 'Carnaval', que é influenciada por ela", conta.

Com estilo de vida e musicalidade cosmopolitas, ele prefere não ser rotulado como pianista de jazz. "O que eu componho é música, simplesmente", diz.

"Claro que tenho uma forte formação de jazz, mexi muito com bebop, e sempre improvisei. Mas nem toda música improvisada pode ser chamada estritamente de jazz."

TIGRAN HAMASYAN
QUANDO hoje, às 21h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16, tel. 3367-9500)
QUANTO de R$ 60 R$ 150
CLASSIFICAÇÃO livre

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