Estréiam "As Preciosas Ridículas" e "O Doente Imaginário", ambas com adaptação de João Bethencourt (1924-2006)

A atriz global Helena Ranaldi participa da montagem de "As Preciosas...", que estréia amanhã no Sérgio Cardoso

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A atriz Helena Ranaldi na peça "As Preciosas Ridículas"

Com duas peças de Molière na bagagem, a Limite 151 Cia. Artística chega do Rio para reforçar a temporada do autor cômico francês em São Paulo, já impulsionada por Paulo Autran em "O Avarento".
A companhia traz "As Preciosas Ridículas", que estréia amanhã no teatro Sérgio Cardoso, e no próximo final de semana inicia dobradinha com "O Doente Imaginário", no mesmo endereço, até março.
Em comum, além do grupo, os clássicos de Molière (1622-1673) foram traduzidos e adaptados por João Bethencourt (1924-2006), dramaturgo versado na comédia de costumes. "As Preciosas Ridículas" marca a guinada de Molière da farsa para a comédia. Seu tema é atual: a busca pela celebridade instantânea. Ridicularizando as "précieuses" (o termo "preciosas" caracteriza, segundo Molière, mulheres preocupadas excessivamente com a aparência e com o vocabulário fino dos salões sofisticados), o autor criou a história de duas moças burguesas, Catarina e Madalena, que vivem imitando as freqüentadoras dos salões de Paris, mulheres socialmente superiores a elas.
A direção é de Cláudio Torres Gonzaga. No elenco, Helena Ranaldi, Marcos Oliveira, Gláucia Rodrigues e Marcio Ricciardi, entre outros. "O Doente Imaginário" foi a última peça escrita e encenada por Molière, que sofreu um ataque em pleno palco, durante uma apresentação, morrendo pouco depois. Reúne intrigas e romance na mesma trama.
Angélica, filha de Argan, um rico e avaro burguês (tipo recorrente no autor), vítima de hipocondria, apaixona-se por um rapaz, o romântico Cleanto.
O pai, no entanto, quer que ela se case com um médico, pois desta forma teria assegurado consultas gratuitas sem sequer precisar sair de casa.
Quem dirige é Jacqueline Laurence, que já montou "Tartufo" com a Limite 151, companhia formada em 1991. O ator Cláudio Cavalcanti, 50 anos de carreira, substitui Tonico Pereira no papel de Argan na temporada paulistana. Também integram o elenco Jacqueline Brandão, Janaína Prado, Lucas Orovich e outros.
Molière, o pseudônimo de Jean-Baptiste Poquelin, costumava escrever as peças para ele mesmo. Em sua companhia de teatro, era o dramaturgo, o diretor e o ator principal. Por isso, seus papéis protagonistas são sempre desafiadores.