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Divulgação
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Cena de "O Amargo Santo...", peça sobre Carlos Marighella
Sé recebe peça sobre a vida de Marighella
Guerrilheiro é biografado na peça de rua "O Amargo Santo da Purificação"
Grupo Ói Nóis Aqui Traveiz construiu dramaturgia a partir de poemas escritos por Carlos Marighella; espetáculo terá duas sessões
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após o aniversário do
golpe de 64, uma vítima do regime autoritário inaugurado naquela data será saudada hoje,
na praça da Sé, com uma "pajelança" teatral.
É sobre a vida e a morte do
guerrilheiro Carlos Marighella
(1911-1969) que os gaúchos do
grupo Ói Nóis Aqui Traveiz se
debruçam em "O Amargo Santo da Purificação", espetáculo
de rua que casa quadros de
clown, sequências inspiradas
no teatro-dança e momentos
ritualísticos.
O primeiro deles acontece já
na abertura, quando dois bandos a ilustrar a ascendência
mestiça de Marighella (africana, por parte de mãe, e italiana,
pelo lado paterno) se fundem.
Daí em diante, seguirão-se
acenos ao ingresso dele no
PCB, à sua perseguição e prisão
no Estado Novo e, mais tarde, à
participação na Aliança Libertadora Nacional, até a morte
por agentes do Dops numa emboscada, em São Paulo.
Tudo embalado pelo lirismo
de poemas do próprio Marighella, matéria-prima da dramaturgia da peça -aqui musicados por Johann Alex de Souza.
"Isso dá à narrativa um caráter
menos didático, um grau de
subjetividade e não linearidade
que nos interessa muito", diz a
atriz (ou atuadora, como se autodenominam os integrantes)
Tânia Farias, 34.
Segundo ela, o espetáculo recupera um período da memória
do país que é peça-chave para
se "construir um presente diferente do passado":
"É teatro político na medida
em que falamos de temas que
dialogam com o homem de hoje. Mas ele só é funcional, só
tem efeito politicamente se
atrelado a uma pesquisa estética elevada às últimas consequências. Senão, não vai interessar a ninguém".
O AMARGO SANTO DA
PURIFICAÇÃO
Quando: hoje e amanhã, às 15h
Onde: na praça da Sé (centro)
Quanto: grátis
Classificação: livre
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