|
Texto Anterior | Índice
Peça de Bruckner abre mês da Osesp
"Sinfonia nš 8", de uma hora e meia, inicia programação de junho, que será encerrada por Nelson Freire
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre os grandes sinfonistas
de tradição germânica, Anton
Bruckner (1824-1896) foi talvez
o de reconhecimento mais tardio. Ele escreveu 11 sinfonias
-duas de juventude, posteriormente renegadas. Sua "Sinfonia nš 8", em dó menor, é uma
peça gigantesca, com uma hora
e meia de duração. Pois é por
ela que a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado) inicia sua
programação de junho.
Será um belo mês, com o pianista Nelson Freire como solista de um concerto de Prokofiev,
e estréias de peças sacras do polonês Krzysztof Penderecki e
do brasileiro Almeida Prado.
A sinfonia de Bruckner será a
única obra do programa de hoje, amanhã e sábado, com a regência do suíço Roman Brogli-Sacher, ex-diretor da ópera de
Lubeck e especialista no repertório germânico.
Na semana que vem, o regente será o ucraniano Kirill Karabits, 30, diretor associado da
Filarmônica da Rádio França e
principal maestro convidado
em Estrasburgo e da Ópera de
Kiev. No programa, peças sinfônicas de Mendelssohn e
Brahms e o "Concerto para
Violino", op. 8, do polonês
Mieczyslaw Karlowicz (1876-1909), que passou a ser programado e gravado só nas duas últimas décadas. Ele foi aluno de
Arthur Nikisch, o maior maestro da Belle Époque. O solista
será o polonês Kuba Jakowics,
de apenas 25 anos.
Nos dias 15, 16 e 17, programa
dedicado a Beethoven, com regência do finlandês Osmo
Vänskä, diretor da Orquestra
de Minnesota (EUA). E o solista, no "Concerto nš 3 para Piano e Orquestra", op. 37, será outro finlandês, Antti Siirala, 30.
Na semana seguinte, a partir
do dia 22, um programa regido
por John Nesching, diretor da
Osesp e que, além do "Divertimento nš 7" (K. 167), de Mozart, terá como peça de resistência um oratório contemporâneo magnífico, "Os Sete Portões de Jerusalém", do polonês
Krzysztof Penderecki. A obra,
também conhecida como "Sinfonia nš 7", foi estreada em
1997 para festejar os 3.000
anos da hoje capital de Israel.
É uma peça para orquestra,
coral e soprano (Izabella Klowinska), meio-soprano (Jadwiga Rappé), tenor (Adam Zdunikowski) e baixo (Piotr Nowacki), além de um narrador (Tadeu Aguiar). Baseia-se sobretudo no livro dos Salmos. A sexta
parte, com trechos do livro de
Ezequiel, pode ser interpretada
no idioma do país de execução.
Penderecki esteve em São
Paulo como regente convidado
da Osesp em junho de 2004. Dirigiu seu "Réquiem Polonês".
Foi um dos grandes momentos
na história da música erudita
em São Paulo.
No último programa do mês,
regido por Neschling, quem estará de volta será o pianista
Nelson Freire. Ele fará o "Concerto nš 2", de Prokofiev, que a
Osesp interpretou pela última
vez em outubro de 1999, com o
pianista Nikolai Demidenko.
No mesmo programa, "O
Burguês Fidalgo", poema sinfônico de Richard Strauss, e uma
estréia mundial: "Salmo 23", do
brasileiro Almeida Prado.
ORQUESTRA SINFÔNICA
DO ESTADO
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio
Prestes, s/nš, tel. 3337-5414)
Quando: qui. e sex., às 21h; sáb., às
16h30
Quanto: de R$ 25 a R$ 79
Texto Anterior: Raio-X Índice
|