São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004

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Festival de curtas traz prata da casa

Divulgação
Cena do clássico "Viramundo" (1968), de Geraldo Sarno, que integra programa do MIS, às 21h


DA REPORTAGEM LOCAL

O filme gaúcho "Cinco Naipes", de Fabiano de Souza, é destaque de hoje na vertente brasileira da programação do Festival Internacional de Curtas-metragens. Ele integra o "Panorama Brasil 3", cartaz das 15h, no Cinesesc.
"Cinco Naipes" foi premiado no recente 32º Festival de Gramado (16/8 a 21/8) com os Kikitos de melhor ator (Pedro Santos); roteiro, assinado pelo diretor; e montagem (Milton do Prado).
O baralho de "Cinco Naipes" entrelaça a vida de seus personagens por meio de correspondências trocadas entre eles. Os capítulos se sucedem conforme a "carta" que cada um endereça.
Em resumo, um escritor intima postumamente (por meio de um vídeo) um antigo desafeto seu a terminar a obra que deixou inconclusa. O sucessor tem a missão de se tornar também o fiel da balança na relação com a viúva e a filha do primeiro autor.
O cenário para a construção do livro (e a aproximação afetiva e sensual da trinca) é uma pousada de beira de praia. Ocorre que o "herdeiro" da obra também tem seus vínculos afetivos, que uma ou duas jogadas ajudam a conduzir até o local da partida, para promover o desfecho do jogo.
Ao receber seus prêmios em Gramado, Souza destacou que o filme é uma produção do Clube do Silêncio, associação de jovens cineastas gaúchos que inclui o festejado Gustavo Spolidoro ("Outros", "Velinhas") e Cristiane Oliveira, também premiada no festival por "Messalina", que integra o "Panorama Brasil 1" da mostra paulistana.
O Clube do Silêncio promete refazer, a seu modo, a experiência gaúcha da Casa de Cinema, que reúne produtores e cineastas como Jorge Araújo, Carlos Gerbase e Ana Azevedo. Esse time realizou o notável curta "Ilha das Flores", de Furtado, também autor dos longas "Houve uma Vez Dois Verões" e "O Homem que Copiava", e muitos outros títulos de cinema e de televisão.
No mesmo programa de "Cinco Naipes" figuram "O Pai", de Manoel Rangel, e "Marina", de Isabel Diegues. Ex-presidente da seção paulista da ABD (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-metragistas), Rangel é hoje assessor especial do Ministério da Cultura e um dos principais responsáveis pela formulação do anteprojeto de lei que cria a Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual). Isabel é filha do cineasta Cacá Diegues e se aventura novamente na direção depois de produzir "Madame Satã" (2002), de Karim Aïnouz.
Outros brasileiros de destaque marcam presença hoje também nos programas do MIS e do Centro Cultural São Paulo.


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