Exposição no Itaú Cultural será inaugurada para o público na quinta-feira

Mostra exibirá capas de discos, pôsteres e objetos que pertenciam ao artista; evento terá ainda ciclo de filmes e palestras

Fred Jordão/Divulgação

O cantor e compositor Chico Science, morto em1997, aos 30

DA REPORTAGEM LOCAL

Morto em um acidente de trânsito em 1997, aos 30 anos, Francisco de Assis França tornou-se o principal nome do mangue beat ao assumir o nome Chico Science e liderar a banda Nação Zumbi.
Resumidamente, Nação Zumbi, Mundo Livre, Eddie e os outros nomes pernambucanos buscavam aliar a tradição musical nordestina e brasileira aos sons que chegavam de fora.
Para muitos, o último respiro realmente inovador dado pela música brasileira.
Com o intuito de relembrar a importância de Chico para o mangue beat (e para a música brasileira) será montada a "Ocupação Chico Science", a partir de quinta-feira, no Itaú Cultural, em São Paulo -amanhã, para convidados.
A mostra é organizada pelos núcleos de música e de comunicação do Itaú Cultural, e ganhou cocuradoria de Paulo André, organizador do festival recifense Abril pro Rock e que foi amigo e produtor de Chico Science, e da enfermeira Goretti França, irmã de Chico.
Serão exibidos pôsteres, capas de discos, fotografias e vários objetos que pertenciam a Chico ou que relacionam-se com o músico. Além disso, haverá um ciclo de filmes e palestras com, entre outros, Fred 04 (Mundo Livre), os produtores Bill Bragin (que organizou um show da Nação Zumbi no Central Park em 1995), Christoph Borkowsky (que organizou evento com a banda na Alemanha) e Beco Dranoff (produtor dos CDs "Red & Hot").
"O Beco foi quem procurou Goldie [renomado britânico da música eletrônica] para que ele remixasse "Maracatu Atômico".
O Goldie incluiu essa versão em uma coletânea dele, e batizou com o nome "Chico-Death of a Rock Star'", conta Paulo André.
"É para que eles contem pessoalmente esse tipo de história que estamos trazendo esses produtores internacionais."
Na época em que morreu, Chico morava com Goretti em um apartamento em Recife. Ela diz que ao mesmo tempo que a Nação Zumbi produzia músicas pesadas coma ajuda de percussão e guitarra, Chico estava "em um momento introspectivo, ouvindo artistas como Edu Lobo, João Gilberto".
(THIAGO NEY)